Folha de S. Paulo


Obama diz que discriminação contra gays prejudica liberdade

Em mensagem direcionada aos países africanos, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que os governos não devem discriminar cidadãos com base na orientação sexual.

Durante coletiva de imprensa realizada ao lado do presidente queniano Uhuru Kenyatta neste sábado, Obama defendeu que negar direitos a essas pessoas faz erodir a liberdade e, assim, "coisas más acontecem".

Kenyatta rebateu e disse que o Quênia e os EUA dividem muitos valores, mas não em todos os temas, e ressaltou que os direitos dos gays não são uma questão para o seu povo.

O Quênia, como muitos países africanos, proíbe a homossexualidade. O vice-presidente do país, William Ruto, disse em maio que "não há espaço" para gays no Quênia.

Sobre a ameaça representada pelo grupo terrorista Al-Shabaab, Obama disse que os EUA e o Quênia precisam trabalhar de forma mais próxima, inclusive com compartilhamento de inteligência.

Em 2013, um atentado realizado pelo grupo matou 67 pessoas e uma série de ataques a uma universidade próxima à fronteira com a Somália deixou 148 mortos. O Al-Shabaab é ligado a Al-Qaeda.

Na coletiva, o líder americano elogiou o presidente Kenyatta pelo seu empenho em combater a corrupção. "Ela pode ser o maior impedimento para que a economia cresça rápido", apontou.

Obama também classificou a eleição no Burundi como "não convincente". O pleito, marcado por protestos violentos e boicote da oposição, culminou na eleição de Pierre Nkurunziza para um terceiro mandato.

Obama faz sua primeira visita ao Quênia como presidente. Antes da coletiva, ele participou da abertura de uma feira de empreendedores e prestou homenagem às vítimas de um atentado à embaixada americana em Nairóbi, onde morreram 200 pessoas.

Na noite deste sábado, ele participará de um jantar de Estado com o presidente Kenyatta.

No domingo, o presidente viajará à Etiópia, onde se reunirá com líderes da região e fará discurso na União Africana.

Obama chegou ao Quênia na sexta (24), dia em que jantou com membros de sua família paterna.

A visita ao continente pretende fortalecer laços militares e comerciais, já que países africanos têm fechado cada vez mais negócios com a China.


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