Folha de S. Paulo


Coreia do Norte recusa seguir exemplo do Irã e manterá programa nuclear

A Coreia do Norte afirmou nesta terça-feira (21) que não tem interesse em participar de negociações que limitem o seu programa nuclear, como o recente acordo entre o Irã e potências mundiais, e que manterá o seu objetivo nuclear "enquanto os EUA continuarem com sua política hostil".

"Não temos nenhum interesse no diálogo para um congelamento unilateral ou uma desistência de nosso programa nuclear", afirmou, em um comunicado divulgado pela agência de notícias estatal KCNA, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.

20.mar.2013/AFP
Exército norte-coreano realiza exercícios militares com lançamento de mísses
Exército norte-coreano realiza exercícios militares com lançamento de mísses

Reiterando que a Coreia do Norte possui armas nucleares "tanto no papel como na realidade", o porta-voz afirmou que as armas atômicas são "o instrumento essencial para proteger a soberania [do país] e direitos fundamentais" frente à "ameaça nuclear" dos EUA.

Dessa forma, a Coreia do Norte adota uma postura contrária a do Irã, que aceitou limitar seu programa nuclear a fim de não obter bombas atômicas em troca do alívio de sanções econômicas impostas pelo Ocidente.

"É ilógico comparar nossa situação com o acordo nuclear iraniano porque nós estamos sempre sujeitos a hostilidades militares provocativas dos EUA, incluindo exercícios militares massivos e uma grave ameaça nuclear", afirmou o porta-voz no comunicado.

Dessa forma, o regime de Kim Jong-un responde aos recentes comentários de funcionários do alto escalão do Departamento de Estado dos EUA, que pediram a Pyongyang a seguir o exemplo do Irã e voltar à mesa de negociações para interromper o programa nuclear do país.

O diálogo para a desnuclearização norte-coreana, que envolve as duas Coreias, EUA, China, Japão e Rússia, permanece estagnado desde 2009 e, até agora, todas as tentativas de reiniciá-lo foram em vão.

O programa nuclear norte-coreano representa uma preocupação para a segurança da região, tendo o país realizado sucessivos testes nucleares na última década.


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