Folha de S. Paulo


Bolívia será oficializada como membro pleno do Mercosul

O encontro da cúpula dos chefes de Estado do Mercosul, em Brasília, vai selar a entrada da Bolívia como membro pleno do grupo.

Desde 1996 o país é associado ao grupo e pode participar, como convidado, das reuniões que tratem de interesses em comum.

Adriano Machado/Efe
A partir da esq., o ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) brinda com o chanceler do Paraguai, Eladio Loizaga, enquanto o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) brinda com seu colega do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, e com o subsecretário de Desenvolvimento de Investimento do Ministério das Relações Exteriores da Argentina, Carlos Bianco (à dir.), no Itamaraty
A partir da esq., o ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) brinda com o chanceler do Paraguai, Eladio Loizaga, enquanto o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) brinda com seu colega do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, e com o subsecretário de Desenvolvimento de Investimento do Ministério das Relações Exteriores da Argentina, Carlos Bianco, (à dir.), no Itamaraty

A adesão definitiva da Bolívia já havia sido discutida no último encontro do Mercosul, em dezembro do ano passado, mas não foi definida data para a admissão do país vizinho.

Ao ser incorporado, o bloco fica com seis membros fixos, além do Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

Para que qualquer país seja aceito no bloco é necessária aprovação de todos os demais.

No fim do ano passado, quase todas as comitivas internacionais já haviam aceitado a inclusão da Bolívia no bloco, menos a paraguaia.

O Paraguai estava suspenso do Mercosul quando os outros países decidiram aceitar a Bolívia. E os legisladores dos cinco países que já fazem parte do bloco também precisam aprovar a entrada.

A suspensão do Paraguai, se deu em 2012 com a remoção de Fernando Lugo da presidência do país, tendo gerado uma crise diplomática internacional com os países sul-americanos.

DISPERSOS

A 48ª edição do encontro ocorre em Brasília nesta quinta-feira (16) e sexta-feira (17).

O documento com a adesão da Bolívia será assinado em cerimônia na manhã de sexta. No mesmo evento, outros dois termos específicos serão firmados para a Guiana e o Suriname, que passam a integrar o grupo como associados, com menos responsabilidades e direitos que os membros plenos.

A primeira parte do encontro, acompanhada pela Folha nesta quinta-feira (16), reuniu os chanceleres dos países membros e associados.

Houve espaço para curtas análises de cada país, que trataram principalmente sobre as dificuldades enfrentadas pelo grupo e possíveis caminhos para fortalecer a integração e a economia regional.

Entre os temas mais recorrentes esteve: a crise econômica internacional, o fraco desempenho econômico do Mercosul, pouco dinamismo do comércio regional e a possibilidade de uma maior integração energética.

Os participantes, que ouviam as apresentações em português e espanhol –línguas oficiais do Mercosul– estavam visivelmente dispersos.

A atenção estava sendo roubada, principalmente, pelas remessas de porções de pão de queijo e suco de goiaba, repostos frequentemente pelos garçons do Itamaraty.

A cúpula do Mercosul se reúne a cada seis meses. A última ocorreu em dezembro na cidade argentina de Paraná, a 500 km de Buenos Aires. No encontro estiveram presentes os presidentes de Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela e da Bolívia, como Estado em processo de adesão.


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