Folha de S. Paulo


Obama espera que acordo nuclear com Irã seja analisado 'sem politicagem'

Pablo Martinez Monsivais/Associated Press
Presidente dos EUA, Barack Obama, responde perguntas durante coletiva na Casa Branca
Presidente dos EUA, Barack Obama, responde perguntas durante coletiva na Casa Branca

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que o Congresso dos EUA deveria "se basear nos fatos, não em especulação" e aprovar o acordo entre potências mundiais e o Irã para impedir a fabricação de armas nucleares por Teerã.

"Minha esperança é que todos avaliem o acordo baseando-se em fatos, e não em politicagem. Não em presunção. Não no fato de ser um acordo que eu estou levando ao Congresso, ao contrário de um presidente republicano. Não baseado em lobby", disse.

"Mas vivemos em Washington. Não estou apostando no Partido Republicano para apoiar o texto. Mas, sim, eu espero que o debate seja baseado em fatos, e não em desinformação ou especulação", afirmou.

Em coletiva na Casa Branca nesta quarta-feira (15), Obama afirmou que, "sem o acordo, o regime internacional de sanções se desfaz, com poucas chances de ser refeito". Sem instrumento para isolar o Irã, a situação pode ficar pior, disse.

Obama também advertiu que a ausência de um acordo poderia desatar uma corrida armamentista "em uma das regiões mais perigosas do mundo".

"Sem um acordo, arriscamos ainda mais guerra no Oriente Médio, e outros países no Oriente Médio se sentiriam compelidos a desenvolver suas próprias armas nucleares", disse.

O Congresso tem 60 dias para analisar o texto. Obama ameaça vetar qualquer resolução contra o pacto. Para derrubar um veto, seria preciso maioria de dois terços nas duas Casas.

O presidente enfrenta a resistência de cerca de 12 congressistas de seu partido, cujo apoio será crucial para ter o texto aprovado. Republicanos em geral atacaram o pacto. O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, chamou o acordo de "erro histórico".

O presidente desqualificou as críticas. Disse que a prioridade número um era evitar o desenvolvimento de uma arma nuclear pelo Irã e que esse objetivo foi alcançado.

Obama ressaltou que o acordo não invalida a autoridade estabelecida pela legislação internacional de intervenção caso o Irã desrespeite o acordo ou outras resoluções.

Obama, porém, mostrou-se pouco convencido de que o Irã mude seu comportamento hostil em relação a Israel e como "patrocinador do terrorismo".

Editoria de Arte/Folhapress


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