Folha de S. Paulo


Dilma visita Itália em meio a discórdia sobre extradição de Pizzolato

A presidente Dilma Rousseff chegou nesta sexta-feira (10) a Roma para sua primeira visita oficial a Itália desde que o governo italiano autorizou a extradição de Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil condenado no mensalão.

Dilma vai se reunir com o presidente italiano, Sergio Mattarella, no Palácio Quirinale, residência oficial da Presidência da República, e com o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, chefe de governo e responsável por decidir pela extradição.

O governo italiano, porém, pouco fala em Pizzolato e insiste em uma resposta do Palácio do Planalto sobre o caso de Cesare Battisti, que ganhou asilo no Brasil após ser condenado por terrorismo na Itália.

Oficialmente, porém, as discussões sobre temas relacionados a Pizzolato e Battisti não estão previstas no encontro de Dilma com as autoridades italianas.

O ex-diretor do Banco do Brasil ainda está preso na Itália e espera decisão final da Justiça –prevista para setembro– após entrar com um recurso para frear o processo.

PARCERIA ESTRATÉGICA

Com a visita, os governos de Brasil e Itália esperam retomar a parceria firmada entre os dois países em 2007, considera "estratégica".

Segundo o Itamaraty, a ampliação dos investimentos na aérea de pequenas e médias empresas será um dos destaques do encontro. Com 1.200 empresas italianas atuando no Brasil, a Itália foi, em 2014, um dos dez principais parceiros comerciais do país.

Além disso, informa o Ministério das Relações Exteriores, Dilma discutirá com as autoridades italianas temas como defesa, educação e mudanças no clima.

Entre as reuniões com Mattarella e Renzi, a presidente terá uma audiência com o diretor-geral da FAO, José Graziano, na Embaixada do Brasil em Roma.

No fim da tarde, a previsão é a de que Dilma viaje a Milão, onde, no sábado (11), visitará o pavilhão brasileiro na Expo Milão, cujo tema é alimentação.

Realizada com dinheiro público mesmo durante a crise, a feira foi muito criticada por sindicatos de base e movimentos sociais, que chegaram a criar um comitê "não à Expo" para protestar contra as cifras bilionárias da exposição que abriga, até outubro, pavilhões de 148 países.

Acompanharam Dilma na viagem a Itália os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia) e Jaques Wagner (Defesa), e o assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia.


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