Folha de S. Paulo


Na Bolívia, papa Francisco critica o desperdício e prega solidariedade

Em missa campal para dezenas de milhares de fiéis bolivianos nesta quinta-feira (9), o papa Francisco criticou a cultura do descarte e pregou a solidariedade para superar as desigualdades e a fome.

"É um convite que ressoa com força para nós hoje: 'Não é necessário que ninguém vá embora, chega de desperdício, deem a eles o que comer'. Jesus continua dizendo isso nesta praça", disse Francisco, em sua homilia, sob o céu azul e temperatura amena.

"Jesus mesmo nos dá o exemplo, nos mostra o caminho. Uma atitude em três palavras: tome um pouco do pão e alguns peixes, abençoe-os, divida-os e entregue aos discípulos para distribuir aos demais", continuou, diante da multidão em silêncio.

"As mãos que Jesus levanta para abençoar a Deus no céu são as mesmas que distribuem o pão à multidão com fome."

Realizada em um cruzamento aos pés de uma estátua de Cristo, a missa campal começou às 10h (11h em Brasília) e foi marcada por reclamações de fiéis que, mesmo chegando cedo e até acampando, não puderam se aproximar do altar.

O motivo foi que o acesso ao entorno do altar estava restrito a portadores de braceletes distribuídos pela Igreja Católica na Bolívia. Foram cerca de 15.000, apenas uma fração do total de fiéis.

É a primeira visita de um papa à Bolívia em 27 anos. Na quarta-feira (8), Francisco fez uma breve visita a La Paz, onde foi recebido pelo presidente Evo Morales.

Em Santa Cruz, o papa participará mais tarde de um encontro com movimentos sociais e, na sexta-feira (10), visitará um presídio antes de embarcar rumo ao Paraguai.


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