Folha de S. Paulo


EUA se dizem preocupados com detenção de ativistas em Cuba

O Departamento de Estado dos EUA manifestou, nesta terça-feira (7), preocupação com a detenção de cerca de cem ativistas pelo governo de Cuba no último fim de semana.

Ao mesmo tempo, o governo americano afirmou que as detenções não devem reduzir o ritmo da retomada de relações diplomáticas anunciada, em dezembro último, pelos líderes dos dois países, o presidente Barack Obama e o ditador Raúl Castro.

Recentemente, americanos e cubanos decidiram que as respectivas embaixadas em Havana e Washington, fechadas desde 1961, serão reabertas em 20 de julho.

John Kirby, porta-voz do Departamento de Estado, disse que o governo recebeu relatos sobre o espancamento e a prisão de um ativista político cubano e que a seção de interesses dos EUA em Havana confirmara a detenção de quase cem outros ativistas no domingo (5).

"Certamente isso nos preocupa", declarou o porta-voz. "Seremos sempre muito enfáticos e muito francos sobre problemas de direitos humanos sempre que tivermos conhecimento deles", acrescentou.

Kirby frisou, porém, que as detenções não mudam a política dos EUA sobre a restauração das relações diplomáticas com Cuba.

"Na verdade, elas reforçam a necessidade de irmos em frente. Acreditamos que a reabertura da embaixada fará avançar nossa agenda de direitos humanos, abrindo canais oficiais", disse ele.

O porta-voz, porém, não revelou o que os EUA disseram ao governo cubano a respeito do incidente.

O regime comunista da ilha caribenha promove regularmente detenções de curto prazo. O objetivo do governo é prender os dissidentes por alguns dias, ou mesmo algumas horas, visando dissuadi-los de fazer novos protestos.

Segundo a principal comissão dissidente de direitos humanos, o governo de Cuba fez 563 detenções desse tipo no mês passado, e a média é de 470 por mês.


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