Folha de S. Paulo


Hillary Clinton diz que legalizar imigrantes é bom para os EUA

Em sua primeira entrevista como pré-candidata à Presidência dos Estados Unidos, a democrata Hillary Clinton disse à emissora CNN nesta terça-feira (7) que regularizar a situação de imigrantes será bom para o país.

"Sabemos que não deportaremos 11 ou 12 milhões de pessoas. Não deveríamos estar separando famílias, não deveríamos estar impedindo as pessoas de se integrarem integralmente ao nosso país", afirmou a ex-secretária de Estado e ex-primeira-dama dos EUA.

"É bom para a gente. É bom economicamente, é bom para os impostos que serão coletados, é bom para as crianças, que poderão ir o mais longe que seu talento e trabalho duro as levarem."

Hillary disse que os pré-candidatos do Partido Republicano não estão comprometidos com a pauta da cidadania dos imigrantes, o que ela considera um "erro". "Eles não querem regularizar", afirmou.

A ex-secretária de Estado se disse "muito desapontada" com o adversário republicano e amigo Donald Trump, que atacou os mexicanos que vivem ilegalmente nos Estados Unidos, dizendo que eles trazem drogas e crimes. Trump ainda sugeriu a construção de um muro para separar os países.

"Me sinto muito mal com ele e com o Partido Republicano por não ter reagido imediatamente nem tê-lo contido", afirmou a pré-candidata. Ela estendeu a crítica aos demais candidatos do partido adversário, que estariam todos no "mesmo espectro de hostilidade", nas palavras de Hillary.

Um dos pré-candidatos favoritos do Partido Republicano, o ex-governador da Flórida Jeb Bush, é casado com uma mexicana e repreendeu Trump pelos comentários.

A ex-primeira-dama insistiu em que Bush, irmão e filho de ex-presidentes americanos, não está disposto a lutar pela cidadania dos imigrantes. "Ele não acredita no caminho da cidadania. Se ele já acreditou em algum momento, ele não acredita mais", afirmou a democrata.

E-MAILS POLÊMICOS

Hillary, que também já foi senadora por Nova York, rechaçou ter violado leis e normas ao se corresponder por meio de uma conta pessoal de e-mail, e não pelo endereço do governo americano. E argumentou que, ao tornar público o conteúdo das correspondências, prova sua idoneidade.

"Isso tem sido superestimado sem base em leis ou nos fatos", disse. "A bem da verdade, isso tem sido usado por republicanos no Congresso, OK. Mas quero que as pessoas entendam que a verdade é que tudo o que fiz era permitido."

A democrata atribuiu a falta de confiança que a população americana demonstra por ela nas pesquisas aos ataques aos quais é submetida.

"Tenho confiança em que, durante a campanha, as pessoas saberão quem vai lutar por elas, quem estará ao lado delas quando precisarem. Eu sou esse tipo de pessoa e isso é o que eu faço, não apenas em campanha, mas também como presidente", rebateu.

A pré-candidata disse ainda se "orgulhar" da Fundação Clinton, criada por seu marido, o ex-presidente Bill Clinton. A instituição foi criticada por suposto conflito de interesses por ter recebido doações de estrangeiros enquanto ela estava à frente do Departamento de Estado.

Hillary negou ter intenção de fechar a fundação caso seja eleita. "O trabalho [da instituição] faz bem ao mundo e deve continuar sendo feito."


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