Folha de S. Paulo


Aumento do comércio exterior é 'prioridade irrecusável', diz ministro

O aumento do comércio exterior se apresenta como "prioridade irrecusável" para estimular o crescimento econômico no Brasil, afirmou neste domingo (28) o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro.

"O Brasil vive um período de transição na sua economia e o reequilíbrio fiscal impõe, no curto prazo, uma certa retração da atividade econômica doméstica. É exatamente por isso que o canal do comércio exterior se apresenta como uma prioridade irrecusável", disse.

Monteiro foi o enviado da presidente Dilma Rousseff para falar com a imprensa após reunião com empresários de multinacionais brasileiras em Nova York.

De acordo com ele, Dilma fez um pronunciamento inicial no encontro, em que estavam 25 empresários, contextualizando a visita da comitiva presidencial aos Estados Unidos. Depois, disse que estaria "aqui justamente para ouvir mais do que falar".

Dos executivos, a presidente ouviu pedidos para que haja padronização de normas entre os setores privados brasileiro e norte-americano, afirmou Monteiro.

Um acordo tratando do tema é uma das prioridades do governo durante a visita. O objetivo é aumentar as venda de produtos brasileiros em território americano, como forma de elevar a atividade econômica no país.

"Há três vetores para que o Brasil retome o crescimento: investimentos, exportações e aumento da produtividade", disse o ministro.

Sem um amplo acordo comercial em vista, o governo brasileiro tenta encontrar outras vias para facilitar e ampliar o comércio entre os dois países. Desde o ano passado, os Estados Unidos são o principal destino das exportações brasileiras de manufaturados.

Monteiro afirmou, porém, que o Brasil tem interesse em se integrar de forma mais efetiva à rede acordos internacionais existente hoje, mas que não há perspectiva de que isso ocorra no curto prazo.

Admitiu, no entanto, que essa é uma aspiração do governo. "É algo que se coloca no horizonte", disse.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, chegou a Nova York no início da tarde e participou de parte de reunião. Levy atrasou sua vinda à cidade por causa de uma internação, na semana passada, após um diagnóstico de embolia pulmonar.

Tanto Levy quanto Monteiro não quiseram comentar os últimos desdobramentos da Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras.

Entre os executivos que participam do encontro, 25 ao todo, estão Carlos Fadigas, presidente da Braskem –cujos maiores acionistas são Petrobras e Odebrecht, investigadas pela Operação Lava Jato–, André Gerdau, presidente do grupo de mesmo nome, e Wesley Batista, do grupo JBS.

Também participam Rubens Ometto, presidente do conselho da Cosan, Elizabeth Farina, da Unica, e José Luis Cutrale, do grupo Cutrale.


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