Folha de S. Paulo


Operação europeia retira 2.900 imigrantes de barcos no Mediterrâneo

Pelo menos 2.900 imigrantes foram retirados neste fim de semana de barcos interceptados durante uma operação contra o tráfico de pessoas no mar Mediterrâneo.

Em nota divulgada neste domingo (28), a Guarda Costeira italiana afirmou que a maioria deles era de origem africana e estava em botes de borracha e traineiras.

As embarcações seguiam da costa da Líbia para a ilha italiana de Lampedusa, a rota mais usada pelos traficantes de pessoas para levar os imigrantes à Europa.

A operação foi coordenada pela Itália, com participação de navios de Reino Unido, Irlanda e Espanha. Também participaram da ação ONGs de ajuda humanitária para imigrantes na região.

Apenas a equipe irlandesa retirou 600 imigrantes de botes de borracha e traineiras à deriva em águas internacionais ao noroeste da Líbia. Cerca de cem deles foram levados a Lampedusa.

Apesar de terem conseguido retirar os imigrantes do mar. as equipes ainda esperam que a Itália reserve um porto para receber a maioria deles. A definição e o desembarque deverão acontecer nesta segunda-feira (29).

Segundo o governo italiano, cerca de 60 mil imigrantes foram retirados neste ano de barcos lançados ao mar Mediterrâneo por traficantes de pessoas da Líbia.

A maioria dos que chega à Europa foge de países em conflito, como Síria, Nigéria e Mali, ou de Estados repressores, como a Eritreia. A intenção é conseguir asilo em países europeus.

A ação dos traficantes de pessoas aumentou nos últimos dois anos devido à instabilidade na Líbia. O país está sem um governo que controle todo o seu território desde a queda do ditador Muammar Gaddafi, em 2011.

Em maio, a União Europeia aprovou uma operação conjunta para tentar diminuir o fluxo de imigrantes que chegam pelo Mediterrâneo.

Os países-membros, no entanto, ainda não conseguiram aprovar políticas para redistribuir os estrangeiros entre os países da região. A iniciativa encontra resistência de países como França, Espanha e Reino Unido.


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