Folha de S. Paulo


Canal hispânico dos EUA rompe com Donald Trump por ofender mexicanos

A Univision, o principal canal hispânico dos EUA, rompeu nesta quinta-feira (25) com a organização Miss Universo, do magnata Donald Trump, em reação a seus comentários "ofensivos" contra os imigrantes mexicanos.

A rede anunciou que não transmitirá o concurso Miss USA, previsto para 12 de julho, nem nenhum outro "projeto associado a Trump Organization", indicou a empresa em um comunicado, em que destacou o "importante papel" dos imigrantes mexicanos nos EUA.

Lucas Jackson - 23.ago.2009/Reuters
Miss Universe 2009 Stefania Fernandez, da Venezuela, sorri ao lado de Donald Trump
Miss Universe 2009 Stefania Fernandez, da Venezuela, sorri ao lado de Donald Trump

"A empresa está pondo fim à sua relação comercial com a Miss Universe Organization, que pertence em parte a Donald J. Trump, 69, como consequência de seus comentários ofensivos sobre os imigrantes mexicanos", disse a Univision.

As declarações do extravagante multimilionário Trump, feitas quando anunciou que disputará a candidatura republicana à Presidência dos EUA, atraíram rejeição dentro e fora da América Latina.

"Quando o México manda seu povo [aos EUA], manda pessoas que têm um monte de problemas e trazem esses problemas para nós. Eles trazem as drogas, trazem o crime, são estupradores. E alguns deles, eu confesso, são boas pessoas."

Trump também propôs a construção de uma muralha intransponível entre os EUA e o México.

Segundo o magnata, a decisão da Univision se deveu à "enorme pressão" feita pelo governo mexicano e ao fato de que ele trouxe à tona "o significativo dano" na fronteira com o México.

Ao fazer o comentário, porém, Trump destacou seu "respeito" e "amor" pelo México e sua população.

"Os líderes mexicanos infligiram um dano sério aos EUA ao terem triunfado nas negociações com nossos líderes políticos. Nos tiram os empregos, o dinheiro e, ao mesmo tempo, nos prejudicam com os imigrantes clandestinos de todo o mundo que entram através da fronteira em nosso país", disse em um comunicado, acrescentando que não será silenciado.


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