Principal opositor do governo nas eleições presidenciais deste ano na Argentina, Maurício Macri (PRO), terá como vice em sua chapa a senadora Gabriela Michetti, repetindo a dobradinha que lhe rendeu o comando da capital Buenos Aires pela primeira vez, em 2007.
A popular senadora cadeirante tinha negado o convite no início do ano, quando preferiu lançar-se na disputa para suceder Macri, que é chefe de governo da capital. À revelia do mentor, Michetti enfrentou o escolhido de Macri, Horácio Larreta, nas eleições primárias, em abril, e perdeu.
Agora, ela volta ao ninho. E com Michetti em sua chapa, Macri tende a reforçar a aura de pureza que tenta construir em sua candidatura contra o candidato de Cristina Kirchner.
Há duas semanas, Macri sepultou a ideia de aliar-se a Sergio Massa, da Frente Renovadora, e formar uma ampla frente opositora. Seu argumento é que Massa é peronista e foi integrante do governo –ele foi chefe de gabinete de Cristina, com quem rompeu em 2013– e Macri com o seu PRO tenta criar a imagem de uma nova opção política na Argentina.
Com Michetti, porém, Macri fortalece a identidade portenha de sua campanha, uma vez que Michetti também é uma liderança da capital Buenos Aires. A principal fragilidade da candidatura de Macri é a sua falta de apoio e capilaridade no interior da Argentina.