Folha de S. Paulo


Egito confirma pena de morte a líder deposto Mohammed Mursi

Um tribunal do Egito confirmou nesta terça-feira (16) a condenação à pena de morte do presidente deposto Mohammed Mursi por atos violentos e por fugir da prisão em 2011, durante o levante popular conhecido como Primavera Árabe.

A corte, que já havia condenado Mursi e mais de cem pessoas à morte em maio, confirmou a sentença após consulta ao grão-mufti do Egito, autoridade religiosa a quem o governo concede um papel consultivo. O veredicto pode ser revertido no Tribunal de Apelações do país.

Ueslei Marcelino-8.mai-13/Reuters
Mohamed Mursi, presidente egípcio deposto em 2013, foi condenado à pena de morte
Mohammed Mursi, presidente egípcio deposto em 2013, foi condenado à pena de morte

Além de Mursi, foram condenados à morte outros três líderes de seu partido político, a Irmandade Muçulmana. As acusações incluem o assassinato e o sequestro de policiais, assim como a fuga da prisão.

"A sentença é um prego no caixão da democracia no Egito", declarou em Istambul o chefe de assuntos internacionais Irmandade Muçulmana, Yahya Hamid.

Mais cedo na terça, a corte havia condenado Mursi e outros réus à prisão perpétua em um caso separado de conspiração e espionagem a serviço de grupos estrangeiros como a facção palestina Hamas e o grupo xiita libanês Hizbullah. Os réus também podem recorrer dessa sentença.

Mursi se tornou o primeiro presidente eleito democraticamente no Egito após a queda do ditador Hosni Mubarak, em 2011, em meio à Primavera Árabe.

Em 2013, Mursi se tornou alvo de grandes protestos e foi deposto em um golpe militar encabeçado pelo ex-comandante e atual presidente, Abdel Fattah al-Sisi.

Desde então, as autoridades egípcias vêm perseguindo os partidários da Irmandade Muçulmana, acusados serem uma ameaça à segurança nacional.

Segundo a organização Human Rights Watch, a repressão contra islamitas já deixou pelo menos 1.400 mortos e 40 mil detidos no país.


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