Folha de S. Paulo


Novo laudo corrobora tese de que promotor argentino se suicidou

Um novo laudo apresentado por um grupo de cinco criminalistas corroboraria a tese de que o promotor Alberto Nisman, morto em janeiro em um caso ainda misterioso, teria se suicidado.

Segundo informações vazadas na imprensa argentina, cinco criminalistas entregaram à promotoria um relatório informando que não havia outra pessoa com Nisman na hora de sua morte, o que enfraquece a hipótese de assassinato.

Marcos Brindicci - 29.mai.2013/Reuters
O promotor argentino Alberto Nisman, 51, morto em janeiro deste ano
O promotor argentino Alberto Nisman, 51, encontrado morto em janeiro deste ano

Um sexto integrante do grupo, o perito Daniel Salcedo, indicado pela ex-mulher do promotor, Sandra Arroyo Salgado, discordou da conclusão. A parte sustenta que Nisman foi vítima de um homicídio.

Nisman apareceu morto na véspera de apresentar provas contra a presidente Cristina Kirchner, funcionários do governo e aliados por supostamente tentarem encobrir os responsáveis por um atentado a bomba em Buenos Aires, em 1994.

Dessa vez, os peritos analisaram os vestígios de sangue no banheiro onde Nisman foi encontrado morto, além da posição em que foram encontrados a arma e o corpo. A maioria dos especialistas concluiu que Nisman deu um tiro na cabeça, diante do espelho. Eles descartaram que o seu corpo tenha sido movido de lugar.

Para Salcedo, que elaborou uma perícia paralela, Nisman foi morto de joelhos e seu corpo movido de lugar para levar a crer que ele teria se suicidado.

O novo laudo também dá explicações sobre o local onde foi encontrada a arma, uma das várias perguntas sem resposta sobre o caso. O tiro atingiu a cabeça de Nisman pelo lado direito, mas a pistola foi encontrada sob o seu ombro esquerdo. Para os peritos, o revólver ricocheteou após o disparo e parou do outro lado.

Reproducao/Youtube
Video mostra erros da Policia Federal Argentina durante perícia em apartamento de Nisman
Video mostra erros da Policia Federal Argentina durante perícia em apartamento de Nisman

O grupo é formado por quatro peritos da polícia federal, um convocado pela defesa do assistente de Nisman, Diego Lagomarsino (o único suspeito citado até o momento) e o perito de Arroyo Salgado.

Uma junta médica, também convocada pela promotoria, já havia divergido sobre o caso. A maior parte dos peritos havia informado à investigação não ter encontrado provas que sustentassem a hipótese de assassinato.

Neste momento, a promotoria conduz uma perícia sobre os equipamentos de informática do promotor. A primeira informação era de que o computador de Nisman teria sido acessado horas após a sua morte. Agora, segundo notícias difundidas na imprensa local, os especialistas desconfiam que o registro de violação pode ser um bug do sistema operacional do computador. Essa perícia ainda não terminou.


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