A União Europeia (UE) conseguiu impedir uma posição consensual a favor da Venezuela na declaração final da cúpula em Bruxelas com os países latino-americanos e do Caribe.
O bloco europeu e os líderes da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e do Caribe) divulgaram nesta quinta-feira (11) a "Declaração de Bruxelas", um comunicado sobre dois dias de reuniões na Bélgica.
Os líderes da Celac tentaram articular a inclusão de uma manifestação conjunta contra o decreto dos Estados Unidos considerando a Venezuela uma "ameaça" e impondo sanções ao país.
As lideranças europeias, no entanto, não toparam a proposta.
Em um parágrafo do documento, a Venezuela é citada, mas num contexto em que a cúpula UE-Celac registra somente ciência de dois comunicados do grupo latino-americano, de janeiro e março, em defesa da Venezuela.
A UE não faz qualquer crítica direta ao assunto. No mesmo parágrafo, os dois blocos, UE e Celac, afirmam, genericamente, sem citar os EUA, que "reiteram a rejeição a medidas coercitivas de caráter unilateral com efeitos extraterritoriais contrários à lei internacional".
"Nós reafirmamos nosso compromisso com soluções pacíficas", diz.
Na quarta-feira (10), ao discursar no encontro em Bruxelas, a presidente Dilma Rousseff disse que a Celac "rechaça" qualquer tipo de sanção à Venezuela.
"Nós, países latino-americanos e caribenhos, não admitimos medidas unilaterais, golpistas e políticas de isolamento", afirmou Dilma.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, não compareceu à reunião em Bruxelas. Ao todo, a cúpula reúne 61 países, sendo 28 da UE e 33 da Celac.
CUBA
O documento final do encontro em Bruxelas celebra a recente retomada das relações entre Estados Unidos e Cuba e diz que "esperar" que "todos os passos" sejam tomados em direção ao fim do embargo contra a ilha.
O presidente cubano, Raúl Castro, enviou useu vice, Michel Díaz-Canel, representando o país na cúpula.