Folha de S. Paulo


Terceiro colocado na Argentina decide se manter na corrida à Presidência

Terceiro colocado na corrida presidencial argentina, o candidato Sergio Massa, da Frente Renovadora, decidiu se manter na disputa nesta quarta (10).

Em pronunciamento atrasado em 1 hora, para esperar o fim de um discurso repentino em cadeia nacional da presidente Cristina Kirchner, Massa criticou os concorrentes e reconheceu erros.

Enrique Marcarian-1.mai.15/Reuters
O candidato à Presidência da Argentina Sergio Massa participa de comício em Buenos Aires
O candidato à Presidência da Argentina Sergio Massa participa de comício em Buenos Aires

"Quero dizer aos que pretenderam usar seu poder para nos tirar do jogo que aqui estamos", afirmou. "Não busco um cargo, sou jovem e cometi erros, mas tenho a convicção e o sonho de que a Argentina pode ser um país melhor".

A desistência do candidato começou a ser cogitada nas últimas semanas, resultado de sua rápida queda nas pesquisas eleitorais e consequente perda de apoio político.

Ele chegou a liderar a corrida presidencial no ano passado, mas de acordo com as últimas medições teria hoje ao redor de 13% dos votos (segundo a consultoria Management & Fit).

A sangria se intensificou nos últimos dias, com a debandada de prefeitos aliados para outras chapas. Interlocutores de Daniel Scioli (candidato pela Frente para a Vitória, mesma agremiação da presidente) dizem que ele teria recebido a adesão de 12 massistas arrependidos.

Em uma eleição em que a votação é feita em cédulas de papel, como na Argentina, além do apoio político, os prefeitos proveem aos candidatos fiscais para ajudá-los na apuração dos votos no dia da eleição.

"A candidatura de Massa não é para ganhar", avalia o analista Jorge Giacobbe Filho.

Ele identifica na estratégia o desejo de Massa de voltar a concorrer nas próximas eleições, em 2019.

O líder da Frente Renovadora é o mais jovem entre os principais candidatos à presidência. Tem 43 anos, enquanto o governista Scioli tem 58 e o opositor Maurício Macri (PRO), 56.

A permanência de Massa na disputa não altera o cenário de polarização das eleições entre Scioli e Macri, que vem se construindo nas últimas semanas. Mas tende a tirar votos do opositor, uma vez que ele também defende uma mudança em relação ao governo Kirchner.


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