Folha de S. Paulo


Michel Temer assina decreto que fecha consulado do país em Beirute

Ao viajar para o México na última segunda-feira (25) para cumprir agenda oficial, Dilma Rousseff deixou a Presidência sob os cuidados de Michel Temer (PMDB). Mas também deixou um abacaxi para o vice-presidente descascar.

De origem libanesa, Temer se viu obrigado a assinar, entre os despachos que chegaram à sua mesa durante a interinidade, a extinção do Consulado-Geral do Brasil em Beirute, no Líbano. O decreto foi publicado no último dia 27 no "Diário Oficial da União".

Segundo a Folha apurou com o governo, a decisão de extinguir o consulado já estava tomada havia semanas, mas o pedido foi despachado para Temer no dia 26.

A assinatura do texto criou uma saia justa para o peemedebista, que, além da ascendência, foi designado por Dilma para tratar das relações com países árabes, além de já ter sido homenageado pela comunidade libanesa.

Pedro Ladeira/Folhapress
Dilma Rousseff e o vice, Michel Temer, se cumprimentam em cerimônia em Brasília
Dilma Rousseff e o vice, Michel Temer, se cumprimentam em cerimônia em Brasília

Em 2014, durante recepção no Clube Atlético Monte Líbano, em São Paulo, Temer ressaltou a origem ao dizer que é ''primeiríssima geração'', pois seus pais nasceram no Líbano, e que trabalhava por maior integração entre os países. Em 2011, ele visitou o Líbano.

O consulado foi um dos 67 postos abertos durante o governo Lula. Agora, o serviço consular voltará a ficar a cargo da embaixada. Segundo o Itamaraty, porém, o número de funcionários será mantido.

O ministério diz que a medida "permitirá a otimização de recursos humanos e financeiros" e não vai alterar o atendimento ao público.

Nos bastidores, assessores presidenciais afirmam que a decisão faz parte do pacote de corte de custos do Itamaraty.

Com a decisão, o ministério economizará com um posto a menos de cônsul no exterior -incluindo sua residência-, mas, principalmente, reduzirá a carga de trabalho administrativo do posto. Embaixada e consulado já funcionavam no mesmo endereço.

O Brasil tem ainda um consulado honorário em Kab Elias, na região do vale do Bekaa.

No Senado, o chanceler Mauro Vieira afirmou que a pasta terá que "fazer os esforços necessários" para lidar com o corte de R$ 40,7 milhões decorrente do ajuste fiscal.


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