Folha de S. Paulo


Ministros de Maduro deixam governo para campanha eleitoral na Venezuela

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta terça (26) que o ex-chanceler Elías Jaua e outros dois funcionários deixaram o governo para reforçarem a campanha de seu partido para as eleições parlamentares, no fim do ano.

As renúncias acontecem um mês antes das primárias do chavista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), abalado pela crise financeira, pelo desabastecimento e pela repressão de Maduro a seus opositores, o que pode ter reflexo nas urnas.

Além de Jaua, que ocupava os cargos de ministro das Comunas e vice-presidente do Socialismo Territorial, também deixam o governo o diretor de governo do Distrito Capital, Ernesto Villegas, e o superintendente de Preços Justos, Andrés Eloy Martínez.

Em mensagem no Twitter, Maduro disse que seus aliados "saem às ruas em igualdade de condições para criar consciência, mobilizar o povo, com a união para preparar a vitória" na eleição para a Assembleia Nacional.

Os três reforçarão a mobilização do PSUV para reconquistar a militância aliada ao chavismo antes da votação que definirá os candidatos do governo para o pleito legislativo, cuja data ainda não está definida.

Segundo o canal estatal VTV, as chamadas "primárias do povo" contarão com quatro fases –campanha corpo a corpo, com visita dos candidatos aos eleitores, assembleias locais, assembleias por setores e a votação, marcada para 28 de junho.

Pouco após o anúncio, Maduro disse em programa na TV estatal que a oposição sofrerá "um grande castigo" nas urnas. "Vai ter um grande voto de castigo, mas contra a extrema direita, os violentos e contra tudo o que eles representam."

Ele ainda confirmou que oferecerá todos os recursos possíveis, incluindo acesso aos programas de televisão das televisões estatais, para que seus aliados possam fazer sua campanha.


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