Folha de S. Paulo


China concentrará foco militar em ilhas disputadas com vizinhos

A China pretende concentrar a sua presença militar em projetos que ultrapassem suas fronteiras marítimas, segundo um recente documento de estratégia do Conselho de Estado.

A Marinha vai mudar seu foco para proteger "mares abertos" em vez de se preocupar apenas com as águas mais próximas a seu litoral.

O país também vai acelerar o desenvolvimento de sua força cibernética para combater "ameaças de segurança graves", afirma o documento do Conselho de Estado.

A China tem sido acusada de perseguir agressivamente reivindicações territoriais no Mar do Sul da China, o que chegou a provocar preocupações em Washington.

O documento de estratégia destacou quatro áreas de importância, às quais serão dedicadas mais atenção -oceano, espaço, força nuclear e espaço cibernético.

A recente política naval tem gerado controvérsias.

Nos últimos anos, a China tem se concentrado em fortalecer a sua Marinha. Lançou recentemente um porta-aviões e investiu pesadamente em submarinos e em outros navios de guerra.

Também tem reafirmado suas reivindicações sobre as ilhas no Mar do Sul da China, disputadas também por Filipinas, Vietnã, Malásia e Brunei.

Autoridades dos EUA informaram que, na região das ilhas Spratly, a China criou cerca de 800 hectares de terra seca desde 2014. A própria China afirmou que a área poderia ter finalidades militares, como pistas de pouso.

O documento do Conselho de Estado alerta o país para ameaças a seus direitos e interesses marítimos.

O texto ressalta que a China "não atacará a menos que seja atacada" e alerta para "ações provocativas de certos vizinhos" e de "partes externas se envolvendo em assuntos do Mar do Sul da China".

No mesmo dia em que o documento foi lançado, a agência estatal de notícias, Xinhua, relatou que dois faróis de 50 metros de altura serão construídos em um recifes nas ilhas Spratly.

Em entrevista para divulgar o documento, o porta-voz do Ministério da Defesa, Yang Yujun, disse que, "do ponto de vista da soberania, as construções da China em suas ilhas não são em nada diferentes de todos os outros tipos de construção em curso em todo o país".


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