Folha de S. Paulo


Iraque inicia operação para retomar cidade estratégica dominada pelo EI

O Iraque anunciou nesta terça-feira (26) o início da operação de retomada da cidade de Ramadi, capturada pelos milicianos do Estado Islâmico (EI) há mais de uma semana.

O avanço dos radicais sobre Ramadi, capital da província de Anbar, representou uma derrota importante para as tropas iraquianas. Sua localização estratégica, a 110 km a oeste de Bagdá, aumenta os temores de que o EI expanda a sua influência para a capital do país.

Ahmad Al-Rubaye - 25.mai.2015/AFP
Combatentes de milícia xiita participam de operação contra o EI em Ramadi
Combatentes de milícia xiita participam de operação contra o EI em Ramadi

A operação do Exército para retomar Ramadi contará com o suporte de milícias paramilitares sunitas e xiitas, anunciou a TV estatal.

Um porta-voz das milícias xiitas afirmou que a operação "não durará muito tempo" e que as forças de segurança já cercam Ramadi a partir de três lados.

O parlamentar iraquiano Ahmed al-Assadi disse a repórteres que o Exército está equipado com novas armas e que a batalha em Ramadi "surpreenderá o inimigo".

Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), pelo menos 55 mil pessoas fugiram de Ramadi desde o avanço do EI.

ATRITO

Editoria de Arte/Folhapress

Um comentário feito no domingo (24) pelo secretário de Defesa dos EUA, Ash Carter, provocou descontentamento no governo iraquiano – com quem a administração Barack Obama tem buscado estreitar relações.

"As forças iraquianas demonstraram nenhuma vontade de lutar", disse Carter à emissora americana CNN sobre a atuação do Exército em Ramadi.

Em resposta, um porta-voz do premiê Haider al-Abadi disse que a declaração de Carter supreendeu o governo e que ele "deve ter se informado incorretamente".

Nesta segunda (15), o vice-presidente americano, Joe Biden, reafirmou o compromisso dos EUA em ajudar no combate ao EI e, em tom conciliatório, elogiou as forças de segurança iraquianas.

"O vice-presidente reconheceu o enorme sacrifício e a coragem das forças iraquianas nos últimos 18 meses em Ramadi e em outras localidades", declarou a Casa Branca em um comunicado.


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