Folha de S. Paulo


Laudo sobre promotor argentino é concluído, mas divergência continua

Laudo preparado pela junta médica convocada pela promotora Viviana Fein para esclarecer as circunstâncias da morte do promotor Alberto Nisman não chegou à conclusão de que ele teria sido assassinado.

Quatro meses após a morte de Nisman, o grupo de especialistas forenses finalmente concluiu o seu laudo. Eles preparavam o estudo havia três semanas, e o objetivo era confrontar as perícias oficial e paralela –a segunda foi encomendada pela ex-mulher do promotor, Sandra Arroyo Salgado.

O laudo ficou pronto, mas a divergência prossegue.

Isso porque os dois peritos da parte de Salgado, que faziam parte da junta, se recusaram a participar da redação final do documento. Eles entregaram à promotoria a sua versão, em um envelope fechado. Desde que começaram a atuar na causa, eles sustentam que Nisman foi assassinado.

Os demais 13 investigadores, por sua vez, entregaram o laudo nesta quarta (20) à promotora Fein, cuja conclusão é que nenhuma das hipóteses deve ser descartada.

Outra diferença que se mantém é a hora da morte do promotor. Os peritos contratados por Salgado afirmam que Nisman morreu na noite de sábado (17 de janeiro), e os peritos oficiais sustentam que teria sido no domingo (18).

Fein divulgou uma nota nesta quinta (21) explicando os detalhes do "racha" técnico.

A promotora informou que os peritos da parte não participaram de uma reunião marcada para a última sexta-feira (15) e sua ausência foi registrada em ata.

Os demais lhe entregaram um relatório com 203 páginas nesta quarta (20).

A partir de agora, Fein vai trabalhar sobre as conclusões, e um relatório de análise criminalística (que busca verificar como teria ocorrido a ação de assassinato ou suicídio) deve ficar pronto no início de junho.


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