Folha de S. Paulo


Milícia xiita ajuda na luta por cidade iraquiana tomada por facção sunita

Uma força composta de cerca de 3.000 combatentes xiitas chegou nesta segunda (18) a uma base militar perto de Ramadi, no Iraque, para tentar recuperar a cidade.

Na véspera, a facção radical Estado Islâmico, de origem sunita,tomara a cidade – capital da província de Anbar–, que fica 110 km a oeste de Bagdá. Foi a maior derrota desde meados de 2014 da coalizão internacional que enfrenta a facção no Iraque e na Síria.

Já se preparando para novos combates no entorno da cidade, militantes do EI também avançavam nesta segunda-feira em veículos blindados em direção à base onde os paramilitares xiitas estavam se concentrando.

Aamaq News Agency/AFP
Imagem de vídeo mostra militante do EI colocando a bandeira da facção em rua de Ramadi
Imagem de vídeo mostra militante do EI colocando a bandeira da facção em rua de Ramadi

Ao mesmo tempo, caças da coalizão liderada pelos EUA intensificaram os ataques aéreos contra o EI na região – foram 19 em 72 horas.

"As forças Hashid Shaabi [Mobilização Popular] alcançaram a base de Habbaniya e estão agora em posição de espera", disse o chefe do conselho provincial de Anbar, Sabah Karhout.

Segundo o conselho da província, as forças xiitas estão "totalmente equipadas" e têm capacidade de enfrentar a facção radical.

Analistas receiam, entretanto, que a presença da milícia xiita possa acirrar as divisões étnicas na região, que é de maioria sunita.

Editoria de Arte/Folhapress

BANDEIRAS

Uma testemunha disse ter visto uma longa fila de veículos blindados e caminhões com metralhadoras e foguetes do grupo xiita se dirigindo à base militar, que fica a 30 km de Ramadi.

Segundo a testemunha, os veículos levavam as bandeiras amarelas do Kataib Hizbullah, que é uma das divisões da milícia.

Há seis semanas, forças xiitas ajudaram a coalizão a reconquistar Tikrit, cidade natal do ex-ditador Saddam Hussein (1937-2006).

Com a tomada de Ramadi, cerca de 25 mil pessoas deixaram a cidade. Segundo a ONU, a maioria se dirigiu a Bagdá, onde a organização e agências humanitárias já distribuem alimentos, água e remédios aos refugiados.

Nesta segunda-feira (18), o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, afirmou esperar que a cidade seja retomada dos extremistas sunitas rapidamente.


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