Folha de S. Paulo


Pivô de disputa com Cuba, Elián González diz que quer visitar EUA

Em entrevista exibida pela rede americana de TV ABC News nesta segunda (18), Elián González, que há cerca de 15 anos foi objeto de disputa entre seu pai cubano e seus familiares na Flórida, disse que gostaria de voltar aos EUA para uma visita.

Hoje com 21 anos, Elián agradeceu aos americanos pelo carinho que demonstraram durante a batalha por sua custódia e afirmou que quer retornar para transmitir seu "amor pelo povo americano" –EUA e Cuba vêm se reaproximando desde o final de 2014, quando os dois países anunciaram seu reatamento diplomático.

"Tenho vontade de agradecer pessoalmente às pessoas que nos ajudaram, que estavam do nosso lado. Somos muito gratos pelo que elas fizeram", disse.

O cubano declarou ainda que tem interesse em visitar museus de Washington e ver jogos de beisebol.

Elián estava perto de completar seis anos quando sua mãe, Elizabeth Brotons, morreu afogada em alto-mar ao tentar fugir com ele para os EUA, em novembro de 1999. Resgatado, o menino ficou sob a tutela de parentes na Flórida.

A custódia do garoto tornou-se um cabo de guerra entre o pai, Juan González, que havia permanecido em Cuba, e a comunidade de cubanos exilados em Miami, que defendia a permanência de Elián nos EUA. O governo do então ditador cubano Fidel Castro promoveu por meses manifestações exigindo o retorno do menino à ilha.

Em abril de 2000, a gestão do presidente americano à época, Bill Clinton, apoiou o pai de Elián e mandou agentes do Serviço de Imigração para retirá-lo da casa dos parentes em Miami e levá-lo ao encontro de Juan González numa base aérea perto de Washington.

Em junho, a Suprema Corte dos EUA autorizou o retorno do menino a Cuba.

CELEBRIDADE LOCAL

Aluno de uma academia militar cubana no final da adolescência, Elián hoje estuda engenharia na Universidade de Matanzas –a oeste da capital de Cuba, Havana– e ficou noivo recentemente, segundo a reportagem da ABC.

Com status de celebridade na ilha, o jovem diz não se arrepender da decisão de seu pai de ficar em Cuba. Ao mesmo tempo, afirma não ter rancor de seus parentes na Flórida e diz estar aberto à reconciliação.


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