Folha de S. Paulo


EUA matam líder do Estado Islâmico que comandava campos de petróleo

O Pentágono anunciou neste sábado (16) que um grupo de operações especiais fez uma incursão na região de Deir ez-Zor, no leste da Síria, e matou um dos líderes do Estado Islâmico no país, identificado como Abu Sayyaf.

Até o fim da manhã de sábado (16) no horário de Brasília, o EI não havia divulgado nenhum pronunciamento sobre o ataque.

Segundo o secretário de Defesa dos EUA, Ashton Carter, houve troca de tiros durante a ação. A mulher de Sayyaf, Umm, foi capturada e levada presa para o Iraque. Uma mulher da minoria yazidi, que estaria sendo mantida como escrava sexual, foi resgatada.

Nenhum soldado se feriu, disse Carter. O grupo saiu de helicóptero de uma base militar no Iraque e voltou em segurança por volta das 7 horas da manhã deste sábado (horário local), de acordo com o secretário.

Um comunicado do Conselho de Segurança Nacional dos EUA afirmou que o presidente, Barack Obama, autorizou a operação após recomendação unânime de seus conselheiros.

De acordo com a nota, Sayyaf, de nacionalidade tunisiana, "supervisionava operações ilícitas de petróleo e gás do grupo" e também participava do planejamento militar. Seu nome, porém, não estava entre os mais conhecidos da cúpula do EI. A mulher dele foi presa sob a acusação de ser cúmplice.

Os recursos obtidos com a venda de petróleo são uma das principais fontes de financiamento do EI. A incursão americana ocorreu justamente perto do campo petrolífero de al-Omar.

GOVERNO DA SÍRIA

Um pouco antes do anúncio americano, a mídia estatal da Síria informou que forças do governo mataram ao menos 40 militantes do EI, na mesma região da ação dos EUA. O Observatório Sírio de Direitos Humanos, baseado em Londres, confirmou a operação no campo de petróleo, mas relatou 19 mortos, dos quais 12 militantes do EI.

Segundo a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Bernardette Meehan, Washington não fez nenhuma ação coordenada com Damasco nem avisou o ditador sírio, Bashar al-Assad, sobre a incursão.

"Como já dissemos antes, o regime de Assad não é nem pode ser um parceiro no combate ao EI", afirmou.


Endereço da página: