Um grupo de três atiradores talebans atacou na noite desta quarta-feira (13) em um hotel em Cabul, no Afeganistão, deixando 14 mortos, incluindo nove estrangeiros.
Os invasores abriram fogo dentro do restaurante do Park Palace Hotel durante uma festa para estrangeiros e mantiveram reféns dentro do estabelecimento durante toda a madrugada até a ação da polícia, no começo da manhã desta quinta (14).
Segundo a polícia, os três atiradores foram mortos durante a ação de resgate dos reféns – o Taleban afirma que havia somente um militante armado com um fuzil, granadas e um colete a prova de balas.
Dentre os estrangeiros mortos, sendo sete homens e duas mulheres, sabe-se haver pelo menos um americano, um britânico, um italiano e quatro indianos. Outros cinco afegão morreram e sete ficaram feridos, segundo a polícia.
A pousada fica localizada no centro da capital afegã, próximo a um complexo das Nações Unidas e a várias embaixadas e hotéis. Estima-se que havia 52 hóspedes na pensão no momento da invasão.
O Taleban já havia realizado ataques parecidos em hotéis e pousadas em Cabul – em geral trata-se de estabelecimentos bem vigiados devido à presença de estrangeiros.
Em março de 2014, o grupo atacou o hotel de luxo Serena durante um jantar para celebrar o ano novo persa, deixando nove mortos.
| Editoria de Arte/Folhapress |
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O atentado desta quarta é um revés para o governo do país, que busca projetar uma sensação de segurança e de melhores condições de vida na capital.
"O ataque foi planejado minuciosamente. Durante a ação, hóspedes importantes de países invasores, sobretudo dos Estados Unidos, participavam de uma importante reunião", disse um porta-voz dos talebans em um comunicado.
"Continuaremos a jihad (guerra santa). Todo estrangeiro de um país invasor, especialmente de países da Otan, é um inimigo e não vamos considerar nenhum deles como civil", adicionou.
A Otan encerrou em 2014 sua missão de combate no Afeganistão, a Isaf, que foi substituída desde janeiro pela operação Apoio Decidido, com aproximadamente 4 mil efetivos em tarefas de assistência e capacitação dos corpos de segurança afegãos. Desde então, o governo tem encontrado dificuldades em conter a insurgência dos talebans.
Além disso, os Estados Unidos mantêm sua missão "antiterrorista" de combate no Afeganistão com cerca de 11 mil soldados, que devem permanecer no país até 2016.