Folha de S. Paulo


Corte de Apelações do Egito decide pela libertação de Hosni Mubarak

A Corte de Apelações do Egito decidiu neste sábado (10) que o ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, 87, seja solto.

A Corte sentenciou Mubarak e dois filhos seus, Alaa e Gamal, a três anos de prisão. Mas os anos que o o ex-presidente passou preso por acusação de corrupção foram levados em conta, o que significa que ele já teria cumprido sua pena.

Ainda não está claro quando ele será solto.

O juiz Hassan Hasanein também ordenou o pagamento de uma multa conjunta de 125 milhões de libras egípcias (R$ 595 milhões), a mesma quantidade da qual os três eram acusados de ter se apropriado indevidamente.

Mubarak, de 87 anos, está preso desde 2012 e passou a maior parte do tempo sob vigilância no Hospital das Forças Armadas de Maadi, devido ao seu deteriorado estado de saúde. O ex-presidente foi levado à Academia de Polícia do Cairo em um helicóptero hospitalar, como foi habitual em todas as sessões judiciais realizadas contra ele nos últimos quatro anos, informou à Agência Efe uma fonte de segurança.

Khaled Elfiqi - 29.nov.2014/Efe
Hosni Mubarak, ex-presidente do Egito, é transportado de maca após sessão de julgamento, em novembro
Hosni Mubarak, ex-presidente do Egito, é transportado de maca após sessão de julgamento, em novembro

Sentado, Mubarak escutou a sentença, enquanto cumprimentava seus simpatizantes presentes na sala, que pediam sua absolvição. Enquanto isso, Alaa e Gamal chegaram às dependências policiais em um veículo particular, vestidos como civis em vez do uniforme de preso, já que estavam em liberdade, e escutaram o veredicto por trás das grades.

Ambos foram libertados em 23 de janeiro por ordem do Tribunal Penal do Cairo, após ficarem detidos desde o começo de 2011, quando explodiu a revolta popular que forçou a renúncia de seu pai.

O promotor acusou Mubarak, na qualidade de servidor público como presidente do país, e seus dois filhos de apropriação indevida do orçamento geral dos palácios presidenciais, entre os anos 2002 e 2011. A repetição do julgamento ocorre depois que, em janeiro, o Tribunal de Cassação anulou a sentença anterior da Corte Penal, que condenava Mubarak a três anos de prisão e seus filhos a quatro anos cada um, ao considerar que na audiência não foram respeitados os procedimentos legais oportunos.


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