Folha de S. Paulo


Estado Islâmico reivindica tentativa de ataque a evento anti-islã no Texas

A facção radical Estado Islâmico (EI) reivindicou nesta terça-feira (5) a tentativa de ataque a um evento de caricaturas de Maomé no domingo (3), organizado por uma associação anti-islâmica no Texas, sul dos Estados Unidos.

"Dois soldados do califado executaram um ataque contra uma exposição de caricaturas contra o profeta em Garland, Texas, América", afirmou em uma mensagem de rádio um porta-voz do EI, que atua principalmente na Síria e no Iraque.

Ben Torres/AFP
Investigadores do FBI trabalham em local que foi cenário de troca de tiros em Garland, Texas
Investigadores do FBI trabalham em local que foi cenário de troca de tiros em Garland, Texas
Editoria de Arte/Folhapress
Ataques do Estado Islâmico
Ataques do Estado Islâmico

A tentativa de ataque aconteceu em Garland, próximo a Dallas, onde a Iniciativa Americana pela Defesa da Liberdade (AFDI na sigla em inglês), considerada anti-islâmica, organizava um concurso de caricaturas de Maomé, cuja representação é proibida pelo islamismo.

Dois homens armados abriram fogo contra um segurança do lado de fora do pavilhão em que ocorria o evento, mas um policial matou os atiradores. Um segurança ficou levemente ferido no tiroteio.

"Dizemos à América que o que está sendo preparando será mais importante e mais amargo. Verão coisas horríveis dos soldados do Estado Islâmico", ameaçou o EI.

Embora o EI tenha reivindicado a autoria do ataque, ainda não se pode confirmar a existência de vínculos concretos entre os atiradores e a facção. O grupo, que reivindicou atentados no Oriente Médio recentemente, busca expandir a sua atuação e reafirmar a sua influência internacionalmente.

Caso o ataque tenha sido, de fato, planejado e executado pelo EI, tratar-se-ia da primeira ação radical da facção nos EUA –anteriormente, hackers partidários do EI haviam realizado ciberataques a instituições americanas.

O FBI (Birô Federal de Investigação dos EUA) identificou os dois atiradores como Elton Simpson, 31, e Nadir Soofi, 34, cujos apartamentos em Phoenix (Arizona) foram revistados pela polícia. Simpson era investigado pelas autoridades americanas por supostos vínculos com o terrorismo.

O ataque se segue a outros episódios de violência contra arte representando Maomé. Em janeiro, atiradores deixaram 12 mortos em Paris na sede do jornal satírico "Charlie Hebdo", que havia publicado uma série de caricaturas ridicularizando Maomé.

Em fevereiro, um atirador abriu fogo durante um evento em Copenhague, na Dinamarca, organizado pelo cartunista Lars Vilks, que sofria ameaças por ter retratado o profeta Maomé. Um civil morreu e três policiais ficaram feridos na ação.


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