O ministro das Relações Exteriores de Israel, o ultranacionalista Avigdor Lieberman, anunciou nesta segunda (4) que não fará parte do novo gabinete a ser formado pelo premiê Binyamin Netanyahu, alegando que a aliança que dá apoio ao primeiro-ministro não é "nacionalista" o suficiente.
Eleito em março para seu quarto mandato, o primeiro-ministro, do partido conservador Likud, terá de lidar com uma coalizão menor para garantir maioria no Parlamento israelense, que tem 120 cadeiras.
A legenda de Lieberman, a ultradireitista Yisrael Beitenu, obteve só seis cadeiras nas últimas eleições legislativas.
O chanceler disse a jornalistas que o premiê oferecera dois ministérios à sua sigla, proposta considerada insuficiente. "Essa coalizão não reflete as posições do campo nacionalista e não é do nosso agrado, para dizer o mínimo", acrescentou.
Figura polêmica entre israelenses, Lieberman já enfrentou acusações de corrupção, das quais foi absolvido. Além disso, criticou os cidadãos árabes do país (que perfazem 20% da população), defendeu que comunidades árabes em Israel sejam transferidas para o controle palestino e pediu a remoção do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.
O Likud já fez acordos de coalizão com os partidos ultraortodoxos Shas e Judaísmo da Torá Unida e com o centrista Kulanu, o que garante a Netanyahu pelo menos 53 cadeiras no Legislativo.
Por ora, a possibilidade de que o premiê proponha um "governo de unidade nacional" à principal sigla de oposição, a União Sionista (centro-esquerda), é descartada pelos dois lados.