Folha de S. Paulo


FBI identifica atiradores mortos em evento anti-Islã no Texas

Autoridades norte-americanas identificaram nesta segunda-feira (4) os dois atiradores mortos no domingo após abrirem fogo nos arredores de evento de cartuns sobre o profeta Maomé em Garland, no Texas.

Um deles foi identificado como Elton Simpson, 30, um homem do Arizona que era alvo de uma investigação sobre terrorismo. As autoridades iniciaram buscas na residência de Simpson, em Phoenix.

O segundo atirador seria Nadir Soofi, 34, que morava no mesmo conjunto de prédios de Simpson —não está claro, no entanto, se eles dividiam o mesmo apartamento.

Ben Torres/AFP
Investigadores do FBI trabalham em local que foi cenário de troca de tiros em Garland, Texas
Investigadores do FBI trabalham em local que foi cenário de troca de tiros em Garland, Texas

Simpson foi acusado em 2010 de mentir para um agente do FBI (a polícia federal dos EUA) sobre seus planos para viajar para a Somália para se engajar na no extremismo religioso islâmico.

À época, o juiz responsável pelo caso apontou que as autoridades não conseguiram provar que seu plano envolvia terrorismo, e ele foi sentenciado a três anos de liberdade condicional.

Há alguns meses, no entanto, o FBI e a Polícia de Phoenix abriram uma nova investigação sobre suas atividades, depois que Simpson começou a publicar mensagens de apoio ao Estado Islâmico nas redes sociais.

De acordo com a CNN, antes do ataque de domingo, Simpson teria publicado no Twitter uma mensagem que dizia: "Que Alá nos aceite como guerreiros islâmicos".

Após o tiroteio, um agente de propaganda do Estado Islâmico que já havia citado Simpson em suas publicações publicou: "Allahu Akbar [Deus é maior]! Dois de nossos irmãos acabaram de abrir fogo" contra o evento do Texas.

Os dois homens armados foram mortos após abrir fogo contra um segurança do lado de fora de um pavilhão de eventos em que ocorria uma exposição de caricaturas.

No evento, um concurso oferecia um prêmio de US$ 10 mil para o melhor desenho sobre o profeta Maomé. Um segurança ficou ferido na ação.

O ataque se segue a outros episódios de violência contra arte representando Maomé. Em janeiro, deixaram 12 mortos em Paris na sede do jornal satírico "Charlie Hebdo", que publicou uma série de caricaturas ridicularizando o profeta.

Em fevereiro, um atirador abriu fogo durante um evento em Copenhague, na Dinamarca, organizado pelo cartunista Lars Vilk, que sofria ameaças por ter retratado o profeta Maomé. Um civil morreu e três policiais ficaram feridos na ação.

A presidente da Iniciativa Americana de Defesa da Liberdade, Pamela Geller, disse que a intenção do evento em Dallas era "marcar posição" pela liberdade de expressão e contra a violência associada à publicação dos desenhos.


Endereço da página:

Links no texto: