Folha de S. Paulo


Prefeito de Caracas deixa hospital e se recupera em prisão domiciliar

O prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, preso em fevereiro por suposta conspiração contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, recebeu alta na noite desta quinta-feira (30) depois de passar por cirurgia para a retirada de uma hérnia inguinal.

Ele fará a recuperação em prisão domiciliar, autorizada no dia 24 pela Justiça após pedido da Promotoria. A mudança de regime é temporária e tem prazo de 30 dias, prorrogáveis pelo mesmo período mediante nova autorização judicial.

Miguel Gutiérrez/Efe
Agentes do Sebin levam o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, a ambulância após sair do hospital
Agentes do Sebin levam o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, a ambulância após sair do hospital

Ledezma, que foi operado no domingo (26), deixou o hospital San Román, na zona leste de Caracas, ainda em uma maca, acompanhado por sua mulher, Mitzy Capriles de Ledezma, e agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin).

Ele passou quatro dias em observação até receber alta. A mulher de Ledezma comunicou sobre a saída do marido do hospital em mensagem no Twitter. "Continuamos a lutar por sua liberdade plena e por um país justo, sem presos políticos".

Reeleito em 2013 como prefeito, Ledezma foi acusado pela Promotoria de apoiar grupos que pretendiam derrubar o presidente Nicolás Maduro. Antes da cirurgia, ele estava detido desde fevereiro na prisão militar de Ramo Verde, perto de Caracas.

A cadeia é a mesma onde estão desde o ano passado os opositores Leopoldo López, Daniel Caballos e Enzo Scarano, acusados de incitação à violência nos protestos contra Maduro, que deixaram 43 mortos entre fevereiro e maio de 2014.

Diante da cirurgia, a Justiça cancelou a próxima audiência do processo contra Ledezma, que seria realizada em 12 de maio. A nova data ainda não foi divulgada.


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