Folha de S. Paulo


Hillary diz que EUA têm de enfrentar as 'duras verdades sobre raça e justiça'

Em seu primeiro discurso com tom de campanha, a ex-secretária de Estado dos EUA e pré-candidata democrata à eleição presidencial de 2016, Hillary Clinton, disse que a América "precisa encontrar respostas para as duras verdades sobre raça e justiça" que enfrenta o país.

A declaração, feita nesta quarta (29), na Universidade de Columbia, em Nova York, vem na sequência de conflitos ocorridos nesta semana em Baltimore (Maryland) após a morte do jovem negro Freddie Gray durante sua detenção pela polícia.

A pré-candidata pediu um fim ao excesso de sentenças de prisão, "um fardo para as comunidades negras", e também que os Departamentos de polícia obrigue o uso de câmeras de vídeo nos uniformes dos policiais.

"Há algo errado quando um terço dos homens negros do país enfrenta a perspectiva de ser presos durante suas vidas", disse Hilary.

A ex-senadora pediu ao Congresso que ajude a "acabar com a era do encarceramento em massa", apostando no esforço conjunto dos dois partidos em Washington para baixar as altíssimas taxas de aprisionamento no país.

Michael Appleton/"The New York Times"
Hillary Clinton fala durante encontro na Universidade de Columbia, em Nova York
Hillary Clinton fala durante encontro na Universidade de Columbia, em Nova York

RARA CONCÓRDIA

A reforma da Justiça criminal está emergindo como um raro ponto de concórdia entre democratas e republicanos.

Hillary chegou a elogiar republicanos, incluindo o senador Rand Paul, de Kentucky, um de seus rivais à Presidência, por promover a discussão sobre o assunto.

Em seu discurso, a democrata abordou a violência em Baltimore, onde os manifestantes saquearam lojas e queimaram edifícios na segunda (27), um dia após o funeral de Gray.

"Há algo errado quando a confiança entre as autoridades policiais e as comunidades que elas servem cai a níveis tão baixos como os que temos visto em muitas de nossas comunidades", disse.

Hillary afirmou que o uso de câmeras os uniformes dos policiais, que servem para revelar como são feitas as abordagens, deve ser "a norma em todos os lugares."

"Isso vai melhorar a transparência e a prestação de contas. E vai ajudar a proteger as pessoas boas em ambos os lados da lente", afirmou.


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