Folha de S. Paulo


Itália prende 10 pessoas ligadas a rede que planejou atentado ao Vaticano

Em uma operação na Itália contra radicais supostamente ligados à rede terrorista Al Qaeda, a polícia prendeu pelo menos 10 pessoas nesta sexta (24) em ações separadas pelo país.

Outras oito estão sendo procuradas pela polícia.

Segundo os investigadores, o grupo do qual fazem parte teria planejado um ataque contra o Vaticano em 2010, que nunca saiu do papel, e estaria envolvido na realização de alguns atentados terroristas, como um contra um mercado em Peshawar, no Paquistão, que matou mais de cem pessoas em 2009.

Entre os presos na Itália, estaria um dos supostos líderes espirituais do grupo e dois homens que teriam cuidado da segurança de Osama bin Laden. Acredita-se que outros integrantes deixaram o país.

Segundo a polícia italiana, o grupo possuía "uma abundante quantidade de armas e um grande número de fiéis dispostos a realizar atos de terrorismo no Paquistão e Afeganistão antes de retornar à Itália".

Todos os suspeitos são paquistaneses ou afegãos, disse à Reuters Mario Carta, da força policial antiterrorismo, acrescentando que a operação ainda estava em andamento.

VATICANO

A Promotoria de Cagliari (na ilha de Sardenha), que conduziu as investigações para desmantelar a rede na Itália, explicou que, em suas pesquisas, eles encontraram "sinais da preparação de um possível atentado no Vaticano em 2010".

Segundo Mauro Mura, promotor-chefe de Cagliari, nas intercepções telefônicas realizadas durante os anos que durou a investigação, surgiu a hipótese de um plano de atentado ao Vaticano em 2010 –ano em que chegou a Roma um suposto suicida de origem paquistanesa. O terrorista já teria deixado a Itália.

Logo após a divulgação da prisão, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, divulgou um comunicado em que minimiza a ameaça contra a Santa Sé.

"Pelo que aparece, isso diz respeito a uma hipótese que data de 2010 e que não ocorreu. Portanto, não há relevância hoje e não há razão para preocupação particular", disse.

A investigação teve início em 2005, mas Mura disse que ela foi desacelerada após detalhes sobre o caso vazarem na imprensa italiana, alertando os suspeitos de que eles estavam sendo vigiados.


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