Folha de S. Paulo


Líderes europeus se reúnem para discutir crise de imigração

Líderes de países da União Europeia (UE) se reúnem nesta quinta-feira (23) a fim de discutir medidas para solucionar a crise de imigração, frente ao crescente número de imigrantes que tentam chegar ao continente atravessando o Mediterrâneo em embarcações clandestinas e precárias.

A conferência ocorre na sede da Comissão Europeia –braço executivo da UE–, em Bruxelas, na Bélgica. Do lado de fora do prédio, um grupo de ativistas e imigrantes participava de um protesto chamado de "marcha fúnebre", cobrando soluções para a crise que deixou pelo menos mil desaparecidos no Mediterrâneo neste mês, segundo as Nações Unidas.

Convocada emergencialmente após o resgate de mais de 10 mil pessoas no em alto mar na última semana, a reunião deve buscar definir melhor o pacote apresentado na segunda (20), o qual contém dez medidas para lidar com o fluxo de imigrantes clandestinos.

Dentre as propostas apresentadas, destacam-se a intenção em aumentar as operações de busca e de resgate, bem como a autorização para capturar e eventualmente destruir embarcações ilegais utilizadas para fazer o trajeto entre África e Europa.

"Nós vamos agir agora. A Europa está declarando guerra aos traficantes de pessoas", disse o chefe de migração da UE, Dimitris Avramopoulos, que viajou a Malta nesta quinta para participar do funeral de 24 imigrantes que morreram tentando atravessar o Mediterrâneo.

A Anistia Internacional e os Médicos Sem Fronteiras buscam um esforço internacional para ajudar as pessoas deslocadas por conta de conflitos e da pobreza em locais como a Síria, a Eritreia e a Somália, algumas das principais origens de imigrantes que tentam atravessar o Mediterrâneo.

"Os índices são muito altos. Cada hora, literalmente, que se leva para tomar alguma ação faz a diferença entre a vida e a morte", disse Iverna McGowan, diretor da Anistia Internacional, à Associated Press.

No ano passado, as autoridades europeias haviam suspendido operações de resgate de imigrantes em alto mar. Segundo as Nações Unidas, 219 mil pessoas chegaram à Europa atravessando o Mediterrâneo ilegalmente em 2014, sendo que 3.500 morreram afogadas.

O número de imigrantes buscando asilo na Europa cresceu muito em 2015, principalmente por conta da escalada de conflitos no Oriente Médio e na África.

Editoria de Arte/Folhapress

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