O presidente da Rússia, Vladimir Putin, criticou neste sábado (18) o fornecimento de armamento letal para a Ucrânia por parte de Israel, após Moscou e Irã chegarem a um acordo nesta semana para a entrega de mísseis antiaéreos S-300.
"Seria contraproducente se falamos de armamento letal. Isto somente nos conduziria a uma nova escalada do enfrentamento, a um maior número de vítimas e o resultado será o mesmo", disse Putin em declarações para a televisão pública russa.
| Anatoly Maltsev/AFP | ||
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| O presidente russo, Vladimir Putin, sorri durante reunião em São Petersburgo no último mês de março |
Putin garantiu que os sistemas S-300 que a Rússia fornecerá neste ano ao Irã "têm um caráter exclusivamente defensivo".
Este foi o argumento que o presidente russo usou durante uma conversa por telefone com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, para quem os mísseis colocam em perigo a segurança de Israel e de todo o Oriente Médio.
Apesar disso, Putin admitiu neste sábado que as autoridades israelenses "têm o direito de fazer o que considerarem oportuno".
Segundo a imprensa local, Israel planeja responder à Rússia com o abastecimento de armamento para a Ucrânia, que segue reforçando seu arsenal, apesar do cessar-fogo que vigora no país desde 15 de fevereiro.
Até agora, Israel tinha se negado a fornecer armamento para Ucrânia e Geórgia para não prejudicar as boas relações com a Rússia.
Putin disse nesta semana que a Rússia sempre teve em conta as preocupações de Israel, por isso Moscou suspendeu em outro momento a entrega dos mísseis S-300 para um país árabe, o qual não disse o nome (mas que provavelmente deve ser a Síria).
No entanto, os especialistas consideram que a venda dos mísseis S-300 poderia afetar as relações bilaterais. Em 2005, Moscou exportou para o Irã baterias antiaéreas Tor M-1, ação que Israel classificou na época com "facada nas costas".
Os mísseis S-300, similares aos Patriot americanos, permitirão ao Irã fazer frente a uma possível invasão israelense ou dos Estados Unidos com caças Stealth, helicópteros, bombardeios e mísseis balísticos, segundo especialistas.
Os israelenses temem que estas baterias, que têm um alcance de até 200 quilômetros, permitam ao Irã contar em breve com um invulnerável escudo antimísseis para defender suas infraestruturas vitais diante de um ataque exterior.