Folha de S. Paulo


Status de celebridade de Hillary desafia imagem de 'americana comum'

Hillary Clinton adotou um tom modesto na forma como anunciou que disputará a Casa Branca.

"Americanos comuns precisam de um defensor. Eu quero ser ele", diz sua mensagem de campanha. Mas é difícil desempenhar o papel de "americano comum" quando a maior parte do mundo conhece seu rosto.

A foto principal de seu site hillaryclinton.com mostra a pré-candidata segurando um copo de café de papel durante um bate-papo com idosos. Ela quase não aparece no vídeo de lançamento, que tem imagens de pessoas comuns em suas casas e jardins.

Seu anúncio virou manchete em muitos sites estrangeiros, desde o australiano "The Sydney Morning Herald" ao italiano "La Repubblica.

A mensagem de normalidade, cuidadosamente trabalhada, ficou velha poucas horas depois perante o forte apoio de figuras de peso do exterior –um lembrete de que Hillary, como ex-secretária de Estado, ex-senadora e ex-primeira-dama– é extremamente conhecida no mundo.

Enquanto o premiê francês, Manuel Valls, tuitou "Boa sorte, @Hillary Clinton", o chanceler alemão, Frank-Walter Steinmeier, publicou um longo desejo de boa sorte no tabloide "Bild", o mais lido do país. No comunicado, ele pontuou a habilidade de Hillary de lidar com questões internacionais difíceis.

O apoio dos normalmente cautelosos Steinmeier e Valls foi altamente incomum, já que governos estrangeiros frequentemente evitam falar da eleição em outros países.

E esse endosso pode até não ser muito útil, considerando-se o fato de que os oponentes republicanos de Hillary provavelmente terão como alvo seu histórico e seu poder de estrela.


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