Folha de S. Paulo


Igrejas do Quênia usam seguranças armados em celebrações de Páscoa

Neste domingo, igrejas do Quênia contrataram seguranças armados para protegê-las durante as celebrações da Páscoa. A medida é consequência do ataque de militantes islâmicos a uma universidade do país na quinta (2), que deixou 148 mortos, a maioria cristãos.

"Estamos muito preocupados com a segurança de nossas igrejas e fiéis, pois está claro que os militantes buscam atacar cristãos", disse Willybard Lagho, uma das lideranças católicas do país.

Na Basílica da Sagrada Família, em Nairóbi, dois policiais uniformizados e armados com rifles se posicionaram ao lado da porta principal. Dentro, havia outros guardas à paisana.

Três seguranças privados revistavam o público com detectores de metal manuais, enquanto um quarto profissional revistava os carros em busca de explosivos.

"Todos estão ansiosos e você nunca sabe o que acontecerá, mas nós acreditamos que nosso maior protetor é Deus e estamos rezando", disse Samuel Wanje, 27, um dos cristãos que foi à basílica.

No Quênia, 83% da população de 44 milhões de pessoas é formada por cristãos.

ATIRADOR ESTAVA DESAPARECIDO

Um dos atiradores que participou do ataque à universidade é filho de um funcionário do governo do país.

Abdirahim Abdullahi integra a família de um funcionário de Mandera, perto da fronteira com a Somália. Ele se formou em Direito na Universidade de Nairóbi e se juntou ao grupo radical islâmico Al Shabaab em 2013.

"O pai havia informado às autoridades que seu filho tinha desaparecido e estava ajudando a polícia a encontrá-lo quando aconteceu o ataque", disse Mwenda Njoka, porta-voz do Ministério do Interior do Quênia.

"Ele era um estudante brilhante, mas então aderiu a essas ideias loucas", prosseguiu Njoki. O governo não informou se Abdullahi foi um dos quatro atiradores mortos pela polícia, um dos cinco acusados que foram presos ou se segue sendo procurado.

No sábado, o Al Shabaab prometeu realizar novos ataques contra cidades do Quênia e deixá-las "vermelhas de sangue. A organização radical, que é baseada na vizinha Somália e afiliada à Al Qaeda, exige que o governo queniano retire suas tropas que lutam contra rebeldes em território somali.

O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, pediu maior apoio dos países islâmicos para conter os extremistas e disse que essa tarefa é complexa pois "os planejadores e financiadores dessa brutalidade estão profundamente inseridos em nossas comunidades.


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