Folha de S. Paulo


Número de muçulmanos vai alcançar o de cristãos até 2050, diz estudo

A população muçulmana crescerá de forma tão rápida nas próximas quatro décadas que deve alcançar o número de cristãos até 2050. A projeção foi feita pelo Pew Research Center (EUA), em um estudo sobre o futuro das religiões publicado na quinta (2).

O relatório analisou projeções demográficas sobre faixas etárias, fertilidade, mortalidade, migrações e mudanças de credo pelo mundo.

Neste cenário, o número de muçulmanos cresceria 73% até 2050 -índice muito superior aos 35% estimados para o avanço da população global e dos cristãos-, somando 2,8 bilhões de pessoas, ou 30% da população mundial.

No mesmo ano, os cristãos representarão, segundo o Pew, 31% da população global, com 2,9 bilhões de fiéis. O centro destaca que esta será possivelmente a primeira vez na história que os dois grupos se igualam em seguidores.

Mantendo o crescimento, as duas religiões responderão, cada uma, por 32% da população mundial em 2070.

"Depois disso, o número de muçulmanos excederia o número de cristãos, mas os dois grupos religiosos cresceriam", diz o estudo.

Por volta de 2100, os muçulmanos representariam 1% a mais da população mundial do que os cristãos, com 35% e 34%, respectivamente.

Segundo o Pew, a rápida expansão dos muçulmanos é prevista diante das altas taxas de fertilidade do grupo -média de 3,1 filhos por mulher- e por ele ser composto majoritariamente por jovens -mais de um terço deles tem hoje idade inferior a 15 anos.

O estudo destaca que a expansão da população africana nas próximas décadas também ajudará a puxar não só o crescimento dos muçulmanos como dos cristãos. Somados, eles representarão mais de dois terços da população mundial no fim do século.

Em 2050, os muçulmanos representarão 10% da população da Europa (hoje são 6%) e superarão os judeus como principal comunidade não cristã nos Estados Unidos.

A quantidade de ateus e não religiosos, por sua vez, deve diminuir em relação à população mundial. Em países como os EUA e a França, contudo, ela deve crescer.


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