Folha de S. Paulo


EUA levantam sanções colocadas após golpe e fornecem armamento ao Egito

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, autorizou nesta terça-feira (31) o envio de armamento militar ao Egito, em uma tentativa de aumentar a contribuição do país no combate ao terrorismo e a extremistas islâmicos.

Com isso, Obama levantou as sanções colocadas em 2013, após o golpe contra o presidente islamita Mohammed Mursi, eleito um ano antes. O principal articulador da derrubada de Mursi foi o atual presidente Abdel-Fattah al-Sisi.

Segundo a Casa Branca, os Estados Unidos enviarão 12 caças F-16, 20 mísseis e até 125 kits de artilharia para tanques, na primeira parte da concessão de uma ajuda militar avaliada em US$ 1,3 bilhão ao governo egípcio.

O país da norte da África havia pedido a retomada dos repasses americanos devido ao crescimento do número de extremistas na região de fronteira com a Líbia e operando na península do Sinai.

A ajuda chega enquanto o Egito começa a atuar em duas frentes: tentando derrotar células do Estado Islâmico na Líbia e nos combates junto com a coalizão liderada pela Arábia Saudita para derrotar os milicianos houthis no Iêmen.

CONTROVÉRSIA

Segundo a Casa Branca, as sanções foram levantadas após Washington se certificar de que o Egito voltou à ordem democrática com a eleição de Sisi em 2014, apesar de o país ainda não manter um padrão de respeito às leis e aos direitos humanos.

Quando comunicou a decisão ao presidente egípcio, Barack Obama se disse preocupado com o aumento de prisões de ativistas contrários ao governo, assim como com as restrições aos direitos de manifestação e de liberdade de expressão.

O governo egípcio proíbe manifestações de dissidentes, declarou a Irmandade Muçulmana como grupo terrorista e condenou centenas de adversários políticos à prisão acusados de incitar a violência nos protestos anteriores à queda de Mursi.


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