Folha de S. Paulo


Boko Haram mata 41 em dia de eleição na Nigéria; votação é estendida

Pelo menos 41 pessoas foram assassinadas no nordeste da Nigéria neste sábado (28) por membros do grupo extremista Boko Haram, disseram autoridades do país. Os ataques têm como objetivo tumultuar a realização das eleições presidenciais e intimidar a população. Entre os mortos, há um legislador local.

As ações ocorreram em diversos vilarejos da região nordeste, entre eles os de Birin Bolawa e Birin Fulani, em que os terroristas invadiram com diversos veículos, segundo informaram à Agência Efe fontes da polícia.

Os agressores atacaram pelo menos dois centros de votação atirando contra os cidadãos e queimando as cédulas de voto. Depois, percorreram os vilarejos para incendiar veículos e pediram às pessoas que não saíssem de casa e não participassem das eleições.

Segundo relatos feitos por testemunhas à agência Associated Press, membros armados do grupo radical intimidaram eleitores no Estado de Gombe (nordeste da Nigéria), obrigando-os a deixar as seções eleitorais.

Neste sábado, a Comissão Nacional Eleitoral Independente da Nigéria decidiu estender até domingo (29) a votação em áreas do país nas quais os cartões biométricos dos eleitores não funcionaram. As regiões onde a votação será estendida incluem Lagos, a maior cidade nigeriana.

Os principais candidatos são o presidente Goodluck Jonathan, que disputa a reeleição, e o general Muhammadu Buhari, ex-ditador (1983-1985) que já tentou se eleger três vezes para a Presidência, sem sucesso.

As máquinas biométricas, que estão sendo usadas pela primeira vez em um pleito no país, dificultaram a votação do próprio presidente –elas não reconheceram as digitais de Goodluck Jonathan e da sua mulher.

O presidente retornou à seção eleitoral duas horas depois e votou graças à identificação visual. Ele pediu "paciência" aos eleitores.

DECAPITAÇÕES

Vinte e cinco pessoas foram decapitadas nesta sexta-feira (27) em Buratai, localidade do nordeste da Nigéria, supostamente por combatentes do grupo jihadista Boko Haram —informou um deputado.

O massacre ocorreu na véspera das eleições, que acontecem neste sábado (28) no país africano.

O ataque ocorreu na tarde de sexta-feira, e os homens armados atearam fogo contra "no mínimo metade do povoado", explicou Mohamed Adamu, deputado por Buratai, a cerca de 200 quilômetros da capital do Estado de Borno, Maiduguri.

Uma enfermeira no hospital mais próximo, em Biu, afirmou que os serviços médicos atenderam 32 feridos, que relataram que muitas pessoas foram decapitadas durante o ataque.


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