Folha de S. Paulo


Presidente do Iêmen pede que rebeldes deixem capital do país

O presidente do Iêmen Abd-Rabbu Mansour Hadi exigiu neste sábado (21) que as milícias Houthi deixem Sanaa, a capital do país, que ocupam desde setembro.

Em seu discurso, ele chamou os Houthi de golpistas e negou as acusações de que queira dividir o norte e o sul do país. Esse foi o primeiro pronunciamento desde que escapou da própria casa, onde estava sitiado pelos rebeldes desde janeiro.

Para lidar com a crise em que vive o país, Hadi encorajou os partidos iemenitas a se encontrarem em Riyadh, capital da Arábia Saudita, para conversas de paz, mas também prometeu fincar um bandeira nacional em Saadeh, quartel-general dos Houthi, o que deve ser interpretado como um chamado para a guerra pelos rebeldes.

O presidente declarou que o país precisa, antes que os rebeldes tomem controle de Sanaa, voltar à normalidade política reinstituindo a constituição e implementando os resultados de processo de diálogo nacional.

Hadi e os Houthis disputam o poder em regiões no norte e no sul do país, levando a receios de uma guerra civil e dando espaço para que cresça a atuação de grupos jihadistas como a Al Qaeda.

INSEGURANÇA
Nesta sexta-feira (20), um ataque coordenado de ao menos quatro homens-bomba contra mesquitas usadas por partidários de rebeldes xiitas deixou ao menos 137 mortos e mais de 350 feridos n
a cidade. Os números são da agência oficial de notícias, Sada.

O braço do Estado Islâmico no Iêmen reivindicou o atentado, o mais mortífero a acontecer no país em anos.

No entanto, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse que o governo americano ainda não encontrou indícios que apontem a participação da facção na tragédia. Segundo ele, o EI costuma reivindicar ataques, mesmo os não cometidos por ele, para fins de propaganda.


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