Folha de S. Paulo


Sérvia prende sete ex-policiais envolvidos no massacre de Srebrenica

Autoridade da Sérvia prendeu nesta quarta-feira (18) sete ex-policiais suspeitos de participação no massacre de Srebrenica (Bósnia) em 1995, no qual morreram 8.000 homens e crianças muçulmanas.

Os sete, identificados apenas por suas iniciais, são ex-integrantes de uma unidade especial da polícia sérvio-bósnia, segundo um comunicado da promotoria que investiga os crimes de guerra.

Eles foram acusados de crimes de guerra contra a população civil, em particular em Kravica, na região de Srebrenica, onde morreram mais de 1.000 muçulmanos em julho de 1995.

Marko Drobnjakovic - 11.jul.2012/AP
Mulher chora ao lado de caixões de 520 muçulmanos mortos no massacre de Srebrenica, em 1995
Mulher chora ao lado de caixões de 520 muçulmanos mortos no massacre de Srebrenica, em 1995

A Justiça destacou que outras pessoas são procuradas nos países vizinhos por seu envolvimento no massacre.

Mais de 1.000 muçulmanos foram executados em um armazém agrícola de Kravica após a tomada do território de Srebrenica pelas forças sérvias da Bósnia.

Depois de terem sido reunidos "às centenas" em uma planície, os prisioneiros - muçulmanos que tentaram fugir de Srebrenica - foram trancados em um armazém e executados de forma sumária por membros das forças policiais e militares sérvias da Bósnia.

O episódio em Srebrenica aconteceu alguns meses antes do fim da guerra da Bósnia (1992-1995) e foi o maior massacre na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. O caso é considerado um genocídio pela justiça internacional.

Ex-líderes dos sérvios da Bósnia, Radovan Karadzic e Ratko Mladic, são julgados atualmente por envolvimento no massacre pelo Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII) em Haia.

O tribunal indiciou 20 pessoas pelo crime e algumas já foram condenadas a longas penas de prisão.

Vários julgamentos por genocídio contra ex-militares e policiais também aconteceram na justiça da Bósnia.


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