Folha de S. Paulo


Israel escolheu o caminho do racismo e da ocupação, diz OLP após pleito

A OLP (Organização pela Libertação da Palestina) afirmou nesta quarta-feira (18), após o anúncio da vitória do premiê Binyamin Netanyahu nas eleições israelenses, que Israel havia escolhido a via do "racismo e da ocupação" ao invés da negociação.

Israel "escolheu o caminho da ocupação e da colonização, não das negociações", disse Yaser Abed Rabo, secretário-geral da OLP.

O Likud, partido de Netanyahu, conquistou o maior número de cadeiras no Kneset (Parlamento israelense), em uma vitória inesperada contra a oposição.

Ammar Awad - 17.mar.2015/Reuters
Mulher árabe participa de pleito em Israel nesta terça (17) que deu vitória ao Likud, do premiê Netanyahu
Mulher árabe participa de pleito em Israel nesta terça (17) que deu vitória ao Likud, do premiê Netanyahu

Na tentativa de conquistar votos de eleitores conservadores, Netanyahu afirmou que não haveria um Estado palestino caso fosse reeleito e que ampliaria a construção de assentamentos em Jerusalém oriental.

No entanto, como o partido não conquistou cadeiras suficientes para governar sozinho, deverá negociar com outras agremiações para formar o governo. O resultado oficial será anunciado até o dia 25.

"Estamos diante de uma sociedade israelense contaminada pelo racismo e de uma política de ocupação e de construção de colônias" afirmou Abed Rabo. "Temos adiante um caminho longo e difícil de luta contra Israel".

"Temos que aprimorar nossa administração para limitar a cooperação [com Israel] a temas de segurança e ir ao tribunal de Haia contra as colônias e os crimes cometidos por Israel na operação em Gaza".

As relações entre Israel e a Autoridade Palestina, governo que controla partes da Cisjordânia, deterioraram muito desde o fracasso das conversas de paz mediadas pelos Estados Unidos, em abril de 2014.

Desde então, a relação entre ambos foi marcada pela operação militar em Gaza que matou mais de 2.000 palestinos entre julho e agosto, por episódios de violência em Jerusalém e pressões diplomáticas dos palestinos contra Israel nas Nações Unidas e no Tribunal Penal Internacional, em Haia.


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