Folha de S. Paulo


Cubanos lotam centro cultural que recebeu permissão para ter wi-fi

Dezenas de cubanos foram nesta semana ao centro cultural do artista Kcho, em Havana, em busca de sinal de internet. O ateliê é o primeiro local a receber autorização do regime do ditador Raúl Castro a fornecer acesso à rede sem fio.

O artista, que é aliado ao governo cubano, começou a abrir seu sinal de internet para os vizinhos e frequentadores do museu por conta própria. Ele paga US$ 900 (R$ 2.880) por mês pelo serviço.

Em entrevista à agência de notícias Associated Press, Kcho disse que decidiu abrir o sinal de internet para que os cubanos se familiarizem com a rede mundial de computadores, que sofre altas restrições na ilha.

A maioria dos usuários usa a rede para tentar acessar redes sociais como o Facebook e o Twitter, além de enviar mensagens e fazer chamadas de voz para familiares nos Estados Unidos.

Apenas 15% dos cubanos possui acesso a internet, as conexões em imóveis residenciais são limitadas e o serviço pode custar até US$ 4,50 (R$ 14,40) por hora em cibercafés de Havana, valor próximo a uma semana de salário médio do país.

Nos últimos anos, o regime de Raúl Castro tem expressado sua intenção de melhorar a estrutura de comunicações. Os avanços devem se acelerar com a retomada das relações diplomáticas com os Estados Unidos, anunciada em dezembro.

Em 15 de janeiro, o governo americano diminuiu as restrições de exportação para equipamentos de comunicação para Cuba e, na semana passada, foi feita a primeira ligação telefônica entre os dois países em 15 anos.


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