Folha de S. Paulo


Correa pede repúdio unânime a sanções dos EUA contra Venezuela

O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou neste sábado (14) que os governos latino-americanos devem repudiar de forma unânime as sanções impostas pelos Estados Unidos à Venezuela, que classificou como uma tentativa de desestabilização.

Em seu programa semanal de rádio e TV, Correa pediu unidade à região contra a "grotesca ingerência" americana, pouco antes do início da reunião de chanceleres da Unasul em Quito.

"Estejamos ou não de acordo com o governo de Nicolás Maduro, por dignidade elementar, a América Latina deve erguer sua voz de forma unânime para repudiar tamanha prepotência, tamanho unilateralismo e imperialismo", disse o presidente equatoriano em seu programa.

A reunião de chanceleres da Unasul foi convocada para dar uma resposta às sanções anunciadas pelos EUA na segunda (9) contra sete funcionários do governo de Maduro. As sanções se amparam em um decreto presidencial do americano Barack Obama que qualifica a situação da Venezuela como uma "ameaça à segurança americana". O decreto foi duramente criticado pelo Equador, Bolívia e Argentina.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, participa da reunião deste sábado (14) em Quito, mas o Brasil deve manter uma posição mais cautelosa, segundo antecipou a Folha.

Os funcionários venezuelanos são acusados pelos EUA de violações aos direitos humanos durante os protestos de um ano atrás contra o governo na Venezuela, que deixaram 43 mortos.

Maduro espera apoio da Unasul para condenar os EUA, em um momento em que a Venezuela passa por uma grave crise econômica e tensão política, por causa da prisão de opositores do governo. Correa afirmou que Obama tenta desestabilizar o governo venezuelano.

"Não vamos permitir, entendam que a América Latina mudou, não somos mais quintal de ninguém", disse Correa.


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