Folha de S. Paulo


Estado Islâmico vende em sites como o eBay peças históricas saqueadas

Peças arqueológicas saqueadas pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque surgiram à venda em sites da internet de compra e venda como "eBay", revelou neste sábado o jornal britânico "The Times".

Os extremistas vendem peças de cerâmica, moedas e joalheria para financiar suas atividades, que incluem o combate ao Exército iraquiano, que tem apoio de uma coalizão internacional liderada pelos EUA.

O diretor da Unesco no Iraque, Alex Plathe, afirmou que o Estado Islâmico comete um "saque sistemático" de sítios arqueológicos com o objetivo de "gerar lucro".

Os especialistas suspeitam que os jihadistas saqueiam estes locais por encomenda de colecionadores, e mais tarde vendem as peças roubadas.

"É possível comprar moedas antigas cunhadas na Síria pela internet", disse o especialista Erin Thomson, para quem é "difícil determinar se um objeto foi saqueado recentemente ou vem de uma fonte legítima".

"Mesmo assim, quando se encontram objetos procedentes de (cidade síria de) Apamea à venda no eBay, é um sinal que algo está ocorrendo", disse Thomson. Duas moedas de Apamea, da época da Grécia antiga, foram

anunciadas no eBay por £57 e £90.

Um porta-voz do eBay afirmou que a companhia retira objetos de venda a pedido das autoridades, apoia as investigações da polícia e "sempre está preparada para investigar a procedência" de peças.

tigações da polícia e "sempre está preparada para investigar a procedência" de peças.

Editoria de Arte/Folhapress

Especialistas acreditam que os jihadistas utilizam rotas para a Jordânia, Líbano e Turquia para introduzir antigos tesouros da Síria e Iraque nos mercados internacionais de antiguidades.

Segundo a Unesco, cinco dos seis sítios arqueológicos protegidos na Síria foram seriamente danificados pelos saques.

Na semana passada, foi divulgado que o Estado Islâmico saqueou e destruiu no Iraque o sítio arqueológico de Dur Sharrukin, capital Assíria no século VIII a.C.

Os jihadistas também destruíram peças da mesma época no Museu de Mossul, assim como a antiga cidade iraquiana de Hatra, de mais de dois mil anos, declarada Patrimônio da Humanidade.


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