Folha de S. Paulo


Relatório aponta novos indícios de que Nisman teria sido assassinado

Foram divulgados nesta quinta (12) novos indícios que sugerem que o promotor argentino Alberto Nisman, encontrado morto em 18 de janeiro, teria sido assassinado. A informação estaria no relatório preparado pelos peritos da ex-mulher de Nisman, a juíza Sandra Arroyo Salgado.

Os técnicos afirmam que Nisman teria morrido apoiado sobre um dos joelhos e em uma posição diferente da em que foi encontrado. Revelam ainda que foram descobertas manchas lavadas de sangue na pia do banheiro, o que sugere que alguém limpou as mãos no local.

Marcos Brindicci - 29.mai.2013/Reuters
Promotor argentino Alberto Nisman, morto em 18 de janeiro
Promotor argentino Alberto Nisman, morto em 18 de janeiro

As informações fazem parte do capítulo 12 do relatório, não divulgado por Sandra Arroyo Salgado, e que foram reveladas nesta quinta (12) pelo jornal "La Nación". Os peritos da ex-mulher de Nisman apresentam, neste momento, suas conclusões à promotora Viviana Fein, responsável pela investigação do caso.

Nisman media 1,82 metro, mas pelo jeito que se espalhou seu sangue no chão do banheiro, os técnicos afirmam que o disparo que atingiu sua cabeça foi feito à meia altura. Daí a hipótese de que ele estaria de joelhos na hora da morte.

Os peritos estranham que a mão direita do promotor, a que teria feito o disparo, não estivesse suja de sangue, como esperado. Além disso, enfatizam que o exame de pólvora deveria ter detectado algum vestígio do tiro. Essa evidência, que também faz parte da investigação oficial, já afastaria por si só a tese de que o disparo foi feito com a mão direita do promotor.

Eles estranham também que uma toalha pendurada debaixo do lavatório permanecesse limpa após o ocorrido. Isso indicaria que alguém estava na frente e impediu que ela fosse atingida por respingos de sangue.

Ainda segundo o "La Nación", o relatório enfatiza que o corpo foi movido de lugar e apresenta evidências, na forma como o sangue manchou as roupas do promotor, para afirmar que Nisman foi girado depois de morto. Tanto a investigação oficial quando a perícia paralela informam que ele morreu no banheiro de seu apartamento.


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