Folha de S. Paulo


George Clooney escreve editorial no 'NYT' sobre violações no Sudão

George Clooney, junto com o escritor e ativista John Prendergast e com o analista político Akshaya Kumar, escreveu um editorial na edição de quarta-feira (25) do jornal "The New York Times" sobre as violações aos direitos humanos que continuam a ocorrer em Darfur, no Sudão.

A mais frequente dessas violações é o estupro sob tortura, segundo o texto.

"Os estupros sob tortura em Tabit são um lembrete para o mundo de que as mesmas condições que levaram à declaração dos Estados Unidos de que havia um genocídio em Darfur ainda estão firmemente no lugar, com consequências humanas devastadoras", escrevem os três no editorial.

"Não devemos esquecer os sobreviventes, e temos de impor forças de dissuasão contra os orquestradores e seus facilitadores".

Durante o início da década de 2000, a situação das pessoas em Darfur se tornou uma causa popular em boa parte do mundo, mas acabou sendo esquecida pouco tempo depois.

Segundo escrevem os articulistas no editorial, "como o governo do Sudão rotineiramente bloqueia a ida de jornalistas à região de Darfur e restringe severamente o acesso dos trabalhadores humanitários, qualquer janela para a vida lá é limitado. O governo tem forçado a missão conjunta de paz das Nações Unidas e da União Africana a se calar sobre questões de direitos humanos. O governo fechou o escritório de direitos humanos das Nações Unidas na capital, Cartum, dificultando as investigações sobre as possíveis violações dos direitos humanos e pressionando a força de paz a deixar o país".

Os autores relatam ainda que "durante a nossa visita a Darfur, às montanhas da Núbia e aos campos de refugiados nos países vizinhos, ouvimos várias histórias sobre Tabit. Esses 'estupros-tortura' são apenas uma das armas do arsenal criminoso no Sudão, que inclui bombardeio aéreo de hospitais e de plantações, incêndio de vilarejos e a não distribuição de ajuda alimentar".


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