Em uma carta dirigida ao deputado de Buenos Aires Gustavo Vera, do partido Bem Comum, o papa Francisco demonstrou a sua preocupação com o avanço do narcotráfico na Argentina.
No texto, o pontífice, que é argentino, pede atenção para que se evite a "mexicanização" do país.
O México sofre com a ação de cartéis de traficantes, que enfrentam o governo em uma guerra que já deixou mais de 60 mil mortos.
"Vejo seu trabalho incansável, a todo vapor. Peço muito a Deus para que proteja você e todos os alamedenses. E oxalá estejamos a tempo de evitar a mexicanização", escreveu o papa na sua carta.
O texto foi publicado na página na internet da organização não governamental (ONG) La Alameda, que é presidida por Vera.
"Estive conversando com alguns bispos mexicanos e fiquei sabendo que a coisa é de terror", afirmou Francisco.
A carta é uma resposta do pontífice a uma mensagem prévia de Vera, na qual o legislador portenho chama a atenção para o crescimento "sem pausa" do narcotráfico na Argentina.
No texto que enviou ao papa, Vera dá informações sobre as próximas denúncias às quais dará andamento por meio da sua ONG.
A La Alameda se dedica principalmente a combater o tráfico de pessoas e o trabalho escravo.
A troca de correspondências entre o papa Francisco e o legislador do Bem Comum é habitual. Os dois mantêm uma amizade de longa data.
O chanceler mexicano, José Antonio Meade, informou que enviará uma nota diplomática ao Vaticano sobre a carta do papa.
"Parece-me que, mais do que tentar estigmatizar o México ou qualquer outra região, é necessário trabalhar em melhores enfoques, melhores espaços de diálogo, maiores espaços de reconhecimento", disse Meade em
entrevista na capital mexicana.
AMÉRICA DO SUL
A Secretaria de Turismo do Paraguai informou nesta segunda (23) que o papa visitará o país em julho, em sua viagem à América do Sul, que incluirá Bolívia e Equador.
Na semana passada, a Conferência Episcopal do Paraguai informou que a confirmação da visita será feita em um comunicado conjunto da Santa Sé e dos bispos locais.