Folha de S. Paulo


Espionagem pode abalar relações com o Chile, diz ministro peruano

Dois oficiais da marinha do Peru foram acusados de espionagem a serviço do Chile, afirmou o ministro da defesa do país nesta quinta-feira (19). Caso confirmado, o episódio poderia abalar as relações entre os dois países andinos, os quais vêm tentando melhorar seus laços diplomáticos após disputas territoriais.

O ministro da defesa do Peru, Pedro Cateriano, disse que cortes militares abriram processos contra os oficiais e estariam investigando um terceiro suspeito de espionar para o Chile.

Segundo Cateriano, a frequência das viagens ao exterior dos oficiais acusados deixaram as autoridades em alerta e levaram à prisão dos suspeitos no ano passado. A espionagem teria ocorrido entre 2006 e 2011, período em que o Peru era governado pelo presidente Alan Garcia.

A confirmação da espionagem "seria um incidente muito grave e afetaria a relação bilateral entre Peru e Chile", adicionou Cateriano.

O Chile afirmou não ter sido notificado oficialmente pelo Peru sore o caso e ressaltou que as relações dos dois países estão se fortalecendo. Suspeita-se que o país tenha pago os oficiais para repassarem informações, incluindo dados sobre a indústria da pesca, informou o programa local America TV, que revelou o caso na quarta-feira (18).

"Nós exigimos que o sistema de justiça militar aja rapidamente e que, caso os oficiais sejam considerados culpados, que recebam a maior pena possível", disse Cateriano.

No ano passado, uma disputa territorial entre os dois países foi julgada pelo Tribunal Internacional de Justiça de Haia. Na decisão, o Peru foi beneficiado com uma porção de território marítimo até então controlada pelo Chile.


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