Folha de S. Paulo


Jordânia diz ter destruído 20% do poder de fogo do Estado Islâmico

A Jordânia, determinada a destruir o grupo Estado Islâmico, anunciou neste domingo (8) ter atacado 56 alvos jihadistas em três dias de bombardeios, depois da execução de um de seus pilotos, queimado vivo pelos extremistas.

O chefe da força aérea da Jordânia, o general Mansur Al-Jobur, declarou em uma coletiva de imprensa que os ataques aéreos desde esta quinta-feira (5) destruíram 20% da capacidade militar do EI, embora ele não tenha especificado os locais dos ataques.

A Jordânia advertiu que tem a intenção de acabar com o grupo jihadista que matou Maaz Al-Kassasbeh, capturado em dezembro pelo EI após a queda de seu avião na Síria.

"No primeiro dia de campanha para vingar o nosso piloto, destruímos 19 alvos, incluindo campos de treinamento e equipes", disse ele.

Outros 18 alvos, incluindo depósitos de combustível, de munições e centros logísticos, foram bombardeados nesta sexta-feira (6). No sábado (7), as forças jordanianas destruíram mais 19 alvos, sendo quartéis e centros residenciais.

"Até agora, a campanha já destruiu 20% da capacidade de combate do Daesh (sigla em árabe para 'Estado Islâmico no Iraque e no Levante')", afirmou o general.

O ministro das Relações Exteriores jordaniano, Nasser Judeh, disse ao canal de TV Fox News que, nesta semana, a força aérea de Amã bombardeou os jihadistas na Síria e no Iraque, os dois países onde o EI proclamou seu "califado" (Estado que segue a lei islâmica).

"Estamos determinados a aniquilar este grupo terrorista", disse Jobur durante uma coletiva de imprensa neste domingo (8), acrescentando que continuarão com os bombardeios nos próximos dias.

"PONTO DE VIRADA"

O ministro do Interior, Hussein Majali, explicou por sua vez, citado pelo jornal Al Rai, que o cruel assassinato de Kassasbeh foi um "ponto de virada" na luta da Jordânia contra o jihadismo.

O país faz parte da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos para lutar contra o EI desde setembro do ano passado.

Jobur indicou que os caças jordanianos realizaram 946 dos 1.500 ataques aéreos lançados pela força internacional desde o início da campanha, acrescentando que 7.000 jihadistas morreram desde que Amã entrou para a coalizão.

CASO

A facção radical Estado Islâmico (EI) divulgou na primeira semana de fevereiro um vídeo mostrando o piloto jordaniano Muath al-Kaseasbeh sendo queimado vivo.

A vida de al-Kaseasbeh vinha sendo negociada entre o EI e os governos do Japão e da Jordânia, o qual demandava uma garantia —que nunca foi apresentada pelos radicais– de que o piloto ainda estava vivo.

Al-Kaseasbeh, 26, foi sequestrado pelo EI na Síria em dezembro após a queda do seu avião. O piloto participava das forças de segurança internacionais que combatem os extremistas.


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